O DIU hormonal se tornou um tópico cada vez mais abordado e procurado pelas mulheres que buscam um método contraceptivo alternativo às pílulas. Isso se deve, principalmente, ao seu alto índice de eficácia: 99,8%. Para fins de comparação, a laqueadura tubária - método irreversível que liga as trompas - tem uma eficácia de 99,5%.
O que é DIU?
O DIU é um dispositivo intrauterino, utilizado para dificultar a fertilização do óvulo pelo espermatozóide. Existem dois modelos principais desses dispositivos: o DIU de cobre, que não possui hormônios, e o DIU hormonal (também chamado de SIU), que libera pequenas quantidades de progesterona de maneira localizada. A escolha entre eles depende das necessidades e expectativas individuais da paciente, sendo recomendado conforme a situação específica.
Mas hoje, vamos falar sobre o DIU hormonal. Marina Levy e Leonardo Valladão, ginecologistas e obstetras da Clínica Parto com Amor, vão nos ajudar a tirar todas as dúvidas a respeito do método.
Como funciona?
1º: Ele libera levonorgestrel (uma progesterona) no ambiente intra-uterino, fazendo com que o endométrio (camada interna do útero) não se prolifere e não se torne um ambiente propício para o estabelecimento de um embrião;
2º: Aumenta o espessamento do muco e diminui o movimento dos cílios das trompas, o que também faz com que espermatozoides e óvulos não se encontrem;
3º: A progesterona liberada por ele é absorvida em pequena quantidade pela corrente sanguínea e ele pode inibir o ciclo menstrual e a ovulação em alguns ciclos.
Quanto tempo dura a eficácia do DIU hormonal?
"A duração da liberação da progesterona pelo dispositivo intra-uterino tem prazo máximo de cinco anos, após os quais deve ser retirado", indica a médica.
Existem efeitos colaterais associados ao uso do DIU?
Sim, existem reações comuns à implantação do DIU. "Os principais são aqueles associados ao uso de progestágenos isolados, como inchaço, acne, aumento de pelos e sangramentos vaginais irregulares", explica Marina. Mas não é preciso se preocupar e não há regras, ok? Pode ser que você não sinta nenhum deles.
É possível sentir o DIU durante o sexo?
Segundo Valladão, há casos em que isso pode acontecer, sim, mas isso é um sinal de que é preciso uma nova avaliação médica. "Caso o DIU esteja mal posicionado o parceiro eventualmente pode sentir o DIU durante a penetração. Se isso ocorrer, a paciente deve buscar avaliação médica para determinar se o DIU está mal posicionado", orienta.
10 vantagens do DIU hormonal
- Contracepção eficaz;
- Longo período de duração da contracepção;
- Inserção simples e ambulatorial;
- Baixa taxa de falha;
- Controle do ciclo menstrual;
- Redução do sangramento menstrual;
- Redução da taxa de anemia por sangramento menstrual aumentado;
- Redução do custo da contracepção a longo prazo;
- Controle da adenomiose;
- Controle da endometriose. BOX
Outros pontos importantes
- Mesmo não sendo sua principal função, o DIU hormonal pode, às vezes, inibir o ciclo menstrual. "Muitas mulheres param de menstruar com o uso do DIU Hormonal. Outras experimentam sangramento menstrual em menor quantidade e em menos dias. E há as que apresentam escapes menstruais, que são sangramentos irregulares, que variam de quantidade e número de dias", esclarece o ginecologista.
- O DIU hormonal não possui estudos em crianças antes da idade reprodutiva ou idosas acima de 65 anos. Por esse e outros motivos, conta com algumas restrições.
O DIU hormonal Mirena não deve ser utilizado na presença de qualquer uma condições descritas a seguir:
- Gravidez;
- Doença inflamatória pélvica aguda ou recorrente;
- Infecção do trato genital inferior;
- Infecção do útero após o parto;
- Infecção do útero após um abortamento ocorrido durante os últimos três meses;
- Infecção do colo do útero;
- Anormalidades celulares no colo do útero;
- Presença ou suspeita de câncer do colo do útero;
- Presença de tumores que dependem do hormônio progesterona para se desenvolver;
- Sangramento uterino anormal não-diagnosticado;
- Anormalidade do colo do útero ou do útero, incluindo leiomiomas (miomas), se estes causarem deformação da cavidade uterina;
- Condições associadas com aumento de susceptibilidade a infecções;
- Doença hepática (do fígado) ou tumor hepático (do fígado);
- Alergia ao levonorgestrel ou a qualquer componente do produto.
OBS: O DIU é um método contraceptivo, e não protege o organismo da contaminação de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Seu uso não descarta, de maneira alguma, a necessidade do uso de preservativos.