A britânica Kerry Harvey, de 24 anos, recebeu o diagnóstico de câncer de pâncreas em abril de 2013. Na época, ela divulgou a sua história na tentativa de aumentar a verba para pesquisas sobre a doença, que tem taxa de sobrevivência baixa. Após estrelar uma campanha controversa em que dizia que “gostaria de ter câncer de mama”, Kerry morreu no último sábado (22). Os dados são do jornal Daily Mail.
Com a reclamação de algumas pessoas contra a campanha da Pancreatic Cancer Action, Kerry foi à televisão explicar sua postura. “Sei que incomodei um monte de gente dizendo o que eu disse, mas é verdade. Se eu tivesse câncer de mama, em vez de câncer pancreático, é quase certo que eu não estaria morrendo. Em vez disso, me disseram que eu só tenho de quatro a cinco meses para viver. Espero que a campanha leve a mais dinheiro sendo gasto em pesquisa sobre câncer no pâncreas. Elas não vão me ajudar, mas espero que isso signifique que outros terão uma chance melhor do que a minha”, afirmou.
Em outra ocasião, disse “claro que gostaria de ter um câncer com uma taxa de sobrevivência melhor. Tenho tumores em meu peito, meu braço e minha cabeça. Fiquei triste ao ler algumas das reações à campanha. Nunca disse que pacientes com câncer de mama têm algo mais fácil a enfrentar. Tudo que estava dizendo era que eles têm uma melhor chance de sobrevivência.”
O marido de Kerry, Matthew Biggins, continua com a campanha de levar pessoas a assinar uma petição online para pedir um debate sobre o financiamento em prol do câncer de pâncreas. A doença tem uma taxa de sobrevivência de apenas 3% em cinco anos, em comparação com 85% de câncer de mama e 97% de câncer de testículo (também mencionado na campanha, mas por outro paciente).
Kerry começou a sofrer dores de estômago agudas em novembro de 2012. Levou cinco visitas ao hospital, distribuídas em quatro meses, para que recebesse o diagnóstico correto. Até então, tinha ouvido dos médicos sobre suspeita de aborto a úlceras estomacais.