Você provavelmente já sentiu seu coração acelerar de forma repentina, e ficou com medo de que isso pudesse indicar algum problema cardíaco, como uma arritmia. Mas saiba que o fenômeno nada mais é do que uma aceleração normal, também conhecida por taquicardia sinusal.
"É muito comum em momentos de estresse agudo, ansiedade, medo, além de atividade física, por exemplo", explica o médico eletrofisiologista e Membro da Diretoria da Sociedade Brasileira de Arritmia Cardíaca (SOBRAC), Dr. Benhur Henz.
Elas podem ser acelerações anormais, atingindo frequências extremamente elevadas, ou extra-sístoles, que são batidas a mais que ocorrem de forma isolada. Seus sinais são de falhas no coração, fôlego curto, irritabilidade e palpitação fugaz.
Arritmia cardíaca
Já a arritmia é um distúrbio do ritmo do coração, e configura uma doença cardíaca. O problema afeta mais de 20 milhões de pessoas no Brasil, gerando mais de 320 mil mortes súbitas por ano, segundo a SOBRAC.
"Existem diversos fatores facilitadores a determinadas arritmias cardíacas. Pacientes cardiopatas têm maior risco de arritmias de um modo geral. Existem algumas arritmias que estão relacionadas a maior idade, diabetes, hipertensão, apneia do sono, obesidade e doenças pulmonares. Todos estes fatores são facilitadores para alguns tipos da condição", explica o médico. Além disso, há casos congênitos, resultado de alterações de nascimento.
Seus sintomas incluem:
- Palpitação;
- Dor no peito (em alguns casos);
- Batimentos cardíacos acelerados e irregulares (no caso de fibrilação atrial);
- Desmaio (em alguns casos).
"Sempre que perceber os sintomas, busque auxílio imediatamente. Existem arritmias que geram morte cardíaca súbita, outras que são causadoras de acidente vascular cerebral. O retardo no diagnóstico coloca o paciente em risco, além de piorar seu prognóstico no longo prazo", alerta o eletrofisiologista.
Tratamento
Diversas arritmias têm cura, e outras podem ser controladas. De uma forma geral, as arritmias tem um bom resultado de tratamento. A ablação por cateter, por exemplo, é uma forma de terapia altamente eficaz - tanto para o controle quanto para a cura, aponta o médico.
"Ablações são tratamentos minimamente invasivos por cateter, que visam cauterizar os focos de arritmia, melhorando a qualidade de vida e reduzindo o risco de morte dos pacientes", explica. Além disso, algumas arritmias têm tratamento medicamentoso, para controle da condição.
Sem o tratamento adequado, diversas arritmias podem se agravar e, nesses casos, as terapias têm eficácia cada vez menor. Portanto, a orientação é que, em casos de sintomas, sempre procure rapidamente um profissional para diagnóstico e rápido tratamento desta patologia, orienta o Dr. Benhur. "Hoje sabemos que a realização de ablação por cateter de forma precoce muda o prognóstico do paciente em diversas patologias", afirma.
"No Ritmo do Coração" - websérie conta histórias de arritmias cardíacas
A Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac) acaba de lançar uma nova websérie, chamada "No Ritmo do Coração". O objetivo da produção é alertar e educar a população sobre arritmias cardíacas.
Em 10 episódios, a websérie, disponível no Youtube, conta histórias reais de pacientes. Além disso, depoimentos de especialistas também fazem parte para dar completa e atualizada sobre esse assunto.
Com 10 episódios, são abordados temas relevantes como o medo, superação, expectativa dos pacientes e familiares e a busca pela qualidade de vida. Além das histórias, a produção, assinada pela Terra Oca Filmes, traz dicas práticas e informações técnicas para que as pessoas possam tomar medidas preventivas e adotar um estilo de vida saudável.
"No Ritmo do Coração" é uma produção que busca informar e sensibilizar a população sobre a importância de reconhecer os sintomas, realizar o diagnóstico correto e, além disso, adotar os cuidados adequados para tratar arritmias cardíacas.