Beagle e advogada superam câncer: "cuidei dele e ele de mim"

Durante tratamento do câncer do animal de estimação, Tereza Rhyne descobriu um câncer de mama. Ela e o pet venceram a doença juntos e a história deu origem ao livro 'Os cães nunca deixam de amar'

28 out 2013 - 09h34
(atualizado às 09h35)
Dona de cão estava tratando tumor maligno do animal de estimação, quando descobriu que estava com câncer de mama
Dona de cão estava tratando tumor maligno do animal de estimação, quando descobriu que estava com câncer de mama
Foto: Divulgação

Dizer que o cachorro é o melhor amigo do homem parece clichê e seria caso não se tratasse da história de vida – e quase morte – da advogada norte-americana Tereza Rhyne. Ela não é uma ativista em prol dos animais, nem nada parecido, mas descobriu como o amor de um pet pode mudar uma história. Seamus é o nome do personagem que deu origem ao livro Os cães nunca deixam de amar, a história de um beagle e sua dona lutando contra um tumor maligno e um câncer de mama: “ter Seamus ao meu lado foi uma vívida lembrança de que eu poderia sobreviver”, contou a autora em entrevista ao Terra.

A vida de Tereza estava desestruturada – havia se divorciado pela segunda vez e perdido dois cachorrinhos beagles, que morreram por causa da idade –, estava começando um novo relacionamento e decidiu viajar à Irlanda para “colocar a cabeça no lugar”. O retorno foi bom e ela descobriu que Chris – nome dado ao parceiro na obra – poderia ser seu grande amor. De volta à rotina, ela recebeu a ligação de uma amiga, oferecendo um beagle que caso não fosse adotado, seria sacrificado. A advogada hesitou, mas não resistiu e salvou a vida do novo amigo, o Seamus.

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“Quando eu soube que Seamus estava com câncer, fiquei em choque e devastada. Nunca tinha enfrentado isso, ninguém próximo tinha passado pela doença, mas estava determinada a lutar por ele”, contou Tereza. O diagnóstico era desanimador: apenas um ano de vida. Ela ainda se lembra de uma crise de Seamus que a obrigou a leva-lo à emergência: “o sentimento impotência e de poder perdê-lo era horrível”. Ele sobreviveu e continuou o tratamento. O próximo susto, porém, foi em relação à saúde de Tereza: ela foi ao médico e descobriu que estava com câncer de mama.

Ela já estava familiarizada com a doença e com os tratamentos por causa de Seamus e o diagnóstico foi a parte mais difícil. “Câncer é uma palavra assustadora e temos medo da quimioterapia e do que vai acontecer. Seamus soube do seu diagnóstico ou temeu os efeitos. Tentei imitá-lo quando foi a minha vez de passar por isso”, relatou Tereza. Foi nesse momento que ela percebeu que evitar que aquele cãozinho fosse morto e dar a ele um lar não aconteceu por acaso: “entramos na vida um do outro por uma razão, eu cuidei dele e ele de mim”.

Livro conta história de amor e superação do câncer entre Seamus e Tereza
Foto: Divulgação
Os cães nunca deixam de amar     

Tereza aprendeu com Seamus a “aceitar as coisas como elas acontecem e seguir a vida”. Foi o companheiro que não a deixou se entregar, pois apesar de também fazer o tratamento não deixou de querer passear, brincar, ser mimado e comer guloseimas. “Não importava como eu estava me sentindo, eu precisava levantar para fazer as coisas com ele. Seamus me impediu de cair na depressão”, contou.  Não só o cão, mas o companheiro Chris, a quem ela agradece todos os dias pelos cuidados, a faziam rir e esquecer de todos os problemas.

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Em uma parte do tratamento, mais ou menos na metade das sessões de quimioterapia, Tereza sentia todos os efeitos colaterais: as pernas doíam, o cabelo havia caído, tinha transpirações noturnas, insônia e indigestão, “estava um lixo”. “Levante no meio da noite e me olhei no espelho, fiquei horrorizada, eu parecia um monstro. Comecei a pensar que não havia jeito para me recuperar de tudo aquilo. Seamus apareceu e começou a uivar para mim e me tirou daquele momento de desespero”.

Seamus contrariou o diagnóstico e se curou do tumor maligno, assim como Tereza terminou as sessões de quimioterapia e venceu o câncer de mama. Depois de cerca de um ano de dificuldade, ela escreveu um livro e passou a apoiar a presença dos animais em tratamentos de doenças graves. Segundo ela, os pets dão uma razão para a pessoa sair da cama e superar as doenças. “Para enfrentar algo como o câncer tudo o que é preciso é um amor incondicional”, concluiu. 

Fonte: Terra
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