Confira uma radiografia da obesidade na América Latina

9 ago 2013 - 09h55
(atualizado às 10h23)

Os Estados Unidos são a Meca da comida sem qualidade e infelizmente o costume se estendeu por todo o mundo. O Terra decidiu colocar nome e rosto a um problema de saúde pública que deveria ser abordado com vontade pelos governos da América Latina.

Michelle Obama, primeira-dama dos EUA, e o Garibaldo da série Vila Sésamo, em fevereiro deste ano, gravaram juntos anúncios com orientações para a melhoria dos hábitos alimentares das crianças da América. Nos EUA a obesidade infantil é um grande problema. Infelizmente, a América Latina está em processo de seguir a mesma desgraça.

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Uma pesquisa recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou uma tendência crescente da obesidade na região, especialmente nas zonas urbanas, onde a tendência ao consumo de junk food é maior, em comparação com os grãos, frutas e verduras.

No passado, a maioria dos povos indígenas da América Latina mudou a dieta e padrões de atividades físicas para se adaptarar um modelo de país industrializado. Agora, a maior parte de sua dieta é focada em alimentos ricos em gorduras e calorias, e eles vivem uma vida sedentária, fisicamente inativa. Por causa de tais circunstâncias é que se desenvolvem altas taxas de obesidade, de resistência à insulina e de diabetes.

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A pior parte da situação pode ser vista entre as crianças. O aumento do sobrepeso e obesidade infantil a partir dos anos 1990 disparou, e no futuro terá consequências ruins não só no aumento dos gastos com saúde, como para o desenvolvimento geral das nações.

As crianças gordas de hoje serão os adultos gordos de amanhã. O Terra reuniu os dados oficiais do problema na Argentina, Brasil, Colômbia, Espanha, Chile, México, Porto Rico e Peru, e conversou com famílias obesas nos países onde equipes do Terra estão presentes para saber sobre a alimentação delas e quantidade de atividades físicas que praticam.

Agradecemos aos Buenos Rojas, de Bogotá; aos Cofré Salinas, de Santiago de Chile; aos Vidal Arredondo, de Lima; aos Castillo Hidalgo, da Cidade do México; aos Ortiz Castañares, de Madri; aos Aponte Rodríguez, de San Juan; e aos Oliveira de Araújo, de São Paulo, pela honestidade ao responder às perguntas e disponibilidade de representar um problema que preocupa toda a região.

ARGENTINA

Segundo um estudo recente do Centro de Estudios sobre Nutrición Infantil (Cesni), 24% das crianças na fase pré-escolar, 37% das crianças na idade escolar e 27% dos adolescentes argentinos têm sobrepeso.

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A mesma pesquisa indica que a obesidade afeta 10% das crianças em fase pré-escolar e dos adolescentes, e 18% das crianças em idade escolar são obesas.

BRASIL

De acordo com um cardiologista responsável pelo programa de Obesidade Zero, do Brasil, Carlos Magnoni, 50% dos brasileiros têm sobrepeso e cerca de 30% são obesos. Segundo o profissional, a enfermidade é mais frequente na região sudeste, com maior urbanização, onde há menor quantidade de atividades físicas e maior ingestão de calorias.

“Se continuar assim, 100% da população brasileira terá sobrepeso em 2040”, estimou Magnoni.

COLÔMBIA

Enquanto nos Estados Unidos uma em cada três crianças sofre de sobrepeso ou obesidade e dois milhões delas têm obesidade extrema, na Colômbia uma em cada seis crianças e adolescentes apresenta sobrepeso ou obesidade, de acordo com a Encuesta Nacional de la Situación Nutricional en Colombia (ENSIN) 2010.

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CHILE

Do total, 60% da população tem algum grau de sobrepeso. Ou seja, seis em cada 10 adultos têm excesso de peso. Duas em cada 10 crianças do ensino básico são obesas. A cifra é alarmante em nível pediátrico. O Chile é o país líder na obesidade infantil da América Latina e uma das nações que mais consome refrigerante.

ESPANHA

De acordo com a última pesquisa de saúde feita pelo Ministério de Saúde, Serviços Sociais e Igualdade, a taxa de obesidade infantil (de 2 a 17 anos) se manteve relativamente estável desde 1987. Do total, 27,8 desta população têm obesidade ou sobrepeso. Uma em cada 10 crianças têm obesidade e duas apresentam sobrepeso. A taxa é similar para ambos os sexos.

ESTADOS UNIDOS

De uma taxa de 6,5% de obesidade infantil em 1990 a cerca de 20% em 2012. As estatísticas são sangrentas, já que indicam um número três vezes maior de crianças afetadas. A maior taxa de obesidade pode ser vista entre as crianças afro-americanas e espanholas que estão entre as brancas. 

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MÉXICO

É o país com o grau mais alto de obesidade infantil da região. Estima-se que 20% das crianças são obesas. A obesidade aumentou em ritmo alarmante, segundo a Organização Mundial da Saúde. As projeções para 2020 apontam que seis dos países com mais casos de obesidade no mundo serão da América Latina: Venezuela, Guatemala, Uruguai, Costa Rica, República Dominicana e México.

PERÚ

O índice de obesidade infantil atinge 23% das crianças em idade escolar. Segundo dados da Conferência Internacional de Nutrição e Obesidade do Ministério da Saúde, das crianças entre 6 e 9 anos em Lima existe sobrepeso em 25% e obesidade em 28% delas. 

Fonte: Terra
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