A conjuntivite gonocócica é uma condição perigosa, que atinge os olhos e pode gerar uma série de complicações para o paciente. Ela tem relação direta com a gonorreia, um tipo de infecção sexualmente transmissível (IST), que acomete os órgãos genitais e pode se espalhar para os olhos.
Apesar de ser um problema raro, a conjuntivite gonocócica aparece de duas maneiras diferentes. A primeira é em bebês recém-nascidos que, na hora do parto, tiveram contato com a vagina da mãe - mulheres com gonorreia, geralmente, são assintomáticas. Essa condição também é conhecida como conjuntivite (oftalmia) neonatal. Nesse caso, a prevenção acontece com a aplicação de um colírio específico na primeira hora de vida.
Já o segundo caso tende a acontecer na fase adulta. Quando, por algum motivo, os olhos do indivíduo entram em contato com secreções sexuais infectadas. Dessa maneira, o problema pode evoluir rapidamente e de maneira agressiva, causando dor e inchaço. Se não receber o tratamento adequado, pode provocar danos severos para a visão do paciente e até mesmo a cegueira. Em alguns casos é necessário a aplicação de antibióticos locais e internação. A prevenção é através do uso de camisinha.
Em ambos os casos a conjuntivite gonocócica é totalmente diferente da conjuntivite alérgica, que é a mais comum de todas. "Associamos a conjuntivite sempre a uma origem viral, pelo fato de ser altamente contagiosa e ser a origem de surtos. Por isso, mais conhecida. Porém, existem outras causas, como a bacteriana, muito mais agressiva e felizmente mais rara. E a alérgica, que é extremamente comum e está relacionada a exposição a substâncias irritantes: os alérgenos", comenta o oftalmologista, Dr. Gustavo Ludwig.
Segundo o especialista, além do uso de preservativos para evitar a conjuntivite gonocócica, também é importante manter alguns outros cuidados preventivos contra infecções oculares no geral. São eles:
- Sempre higienizar corretamente as mãos, uma vez que estas são um grande meio de transmissão;
- Não coçar os olhos;
- Não compartilhar toalhas, fronhas e outros produtos com alguém que esteja com quadro ativo de conjuntivite;
- Caso seja de origem alérgica, identificar o alérgeno e evitar o contato com ele;
- E mais importante: não se automedicar, sempre procurar um médico oftalmologista para a avaliação da inflamação ocular.
"A vermelhidão ocular é apenas um dos sintomas da conjuntivite, ela pode se apresentar também com lacrimejamento, sensação de areia nos olhos, inchaço das pálpebras, secreção, coceira, sensibilidade aumentada a luz e baixa de visão. Se a conjuntivite não for tratada adequadamente ela, com certeza, pode deixar sequelas oculares definitivas, que afetam a qualidade de visão do paciente", finaliza o Dr. Ludwig.
Fontes: Dr. Gustavo Ludwig, oftalmologista do Grupo Conexa.