Dia Internacional da Epilepsia: sintomas, causas e tratamento

Médico neurologista esclarece os tabus que cercam a epilepsia e explica como os pacientes podem ter qualidade de vida mesmo com a condição

13 fev 2023 - 14h35
(atualizado às 15h15)

O Dia Internacional da Epilepsia é celebrado anualmente na 2ª segunda-feira de fevereiro,com o objetivo de promover conscientização sobre a doença que afeta em torno de 50 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).  

A condição é uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tem relação com febre, drogas ou distúrbios metabólicos. Além disso, ela se expressa por crises epilépticas repetidas.

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"A doença se define por crises epilépticas. Dependendo da região do cérebro em que houver a ativação, o paciente pode ou não perder a consciência e depois voltar ao normal, ainda com aspecto confuso, olhar perdido e com movimentos sem propósito com as mãos", explica o neurologista, Dr. Guilherme Torezani, coordenador de Doenças Cerebrovasculares do Hospital Icaraí e do Hospital e Clínica de São Gonçalo.

Tabus em torno da epilepsia

Quando falamos de epilepsia, ainda há muito preconceito e falta de informação acerca do tema. No entanto, as pessoas que vivem com a doença podem ter uma vida normal. Claro, se seguirem o tratamento adequado com a medicação de uso contínuo prescrita pelo médico neurologista.

Além disso, é importante destacar que a epilepsia não é uma doença mental, mas sim neurológica e não contagiosa. Nela, há perturbação da atividade das células nervosas no cérebro, que resultam em atividade elétrica cerebral exagerada culminando em crises recorrentes. Suas consequências são cognitivas, psicológicas e sociais.

Sintomas

Os sintomas variam bastante, de amenos a manifestações mais graves, e alguns sinais das crises convulsivas são:

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  • Perda de consciência;
  • Contrações musculares;
  • Lapso de memória;
  • Confusão mental;
  • Morder a própria língua;
  • Alterações de movimento ocular;
  • Emissão de sons, como gritos.

Causas e tratamento da epilepsia

Segundo o Dr. Guilherme, são inúmeras as causas que podem levar à epilepsia, como: 

  • Complicações do parto;
  • Predisposição genética;
  • Distúrbios neurológicos (ex: infecções do sistema nervoso central);
  • Reação à medicamentos;
  • Traumatismos;
  • Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC);
  • E tumores, por exemplo.

"A idade também é um fator para levar em consideração. Principalmente em crianças, uma vez que sua causa pode ser ter associação com o neurodesenvolvimento", explica o médico.

Alguns remédios antiepilépticos ajudam no controle e na frequência de crises. Mas há outras opções de tratamento disponíveis, como cirurgias. Elas são utilizadas apenas em casos mais graves, nas chamadas "epilepsias refratárias".

Mais recentemente, o canabidiol, conhecido como CBD, passou a ser utilizado sob prescrição médica para o tratamento da epilepsia. Isso porque a substância é capaz de controlar tanto a quantidade como a intensidade das crises convulsivas. 

"A maioria das pessoas com epilepsia pode ter uma vida normal, com controle das crises. O importante é ter o diagnóstico o mais cedo possível para que o tratamento adequado possa ser prescrito ao paciente", conclui o neurologista.

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Foto: Shutterstock / Saúde em Dia
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