Fim do Outubro Rosa não encerra a prevenção contra câncer de mama

Apenas ¼ das brasileiras realizaram mamografia em 2022. Exame é a principal forma de diagnosticar o câncer de mama

1 nov 2022 - 08h07
Fim do Outubro Rosa não encerra a prevenção contra o câncer de mama
Fim do Outubro Rosa não encerra a prevenção contra o câncer de mama
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

O Outubro Rosa chegou ao fim, e agora as campanhas de saúde passam a focar no Novembro Azul e na conscientização sobre o câncer de próstata. No entanto, isso não significa que a prevenção acabou. Afinal, o câncer de mama é responsável pela morte de milhares de brasileiras todos os anos. 

Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), 66.280 novos casos foram estimados para 2022. Isso representa risco de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres. Já no âmbito global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que 2,3 milhões de mulheres receberam o diagnóstico da doença em 2020, com 685 mil mortes em todo o mundo.

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Importância do diagnóstico precoce

Boa parte dos fatores de risco para o câncer de mama são hábitos ruins, como má alimentação, sedentarismo e uso de drogas, por exemplo. Entretanto, condições genéticas, hormonais e imunológicas também podem influenciar no surgimento da doença. Por isso, o acompanhamento e o diagnóstico precoce são tão importantes.

Dessa forma, é possível identificar e tratar a doença antes que ela avance para quadros mais graves. Afinal, quanto antes o câncer de mama for diagnosticado, mais eficaz será o tratamento. No entanto, a realização da mamografia - principal exame de rastreio do câncer de mama - sofreu uma queda  significativa durante a pandemia de Covid-19.

Queda do número de mamografias preocupa especialistas

Segundo dados do SIA (Sistema de Informações Ambulatoriais do Ministério da Saúde), o número de exames realizados na rede pública, em 2020, foi 20% menor quando comparado com 2019. Já no sistema particular, o IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar), aponta queda de 28% das mamografias realizadas por beneficiários de planos de saúde.

"A tendência de queda na realização de mamografias nos últimos anos acende um sinal de alerta preocupante. Sobretudo porque, em paralelo, houve crescimento do número de óbitos em decorrência de complicações causadas pelo câncer de mama em praticamente todas as faixas etárias", avalia José Cechin, superintendente do IESS.

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Um levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Mastologista (SBM) apontou que o número de mamografias realizadas em 2022 alcançou o nível pré-pandêmico, mas esse total ainda está abaixo do recomendado pela OMS (70% da cobertura nacional). Ao todo, foram feitas 1.108.249 mamografias de janeiro a julho de 2022, através do sistema público, em brasileiras de 50 a 69 anos. Este número representa somente um quarto do total esperado. 

A melhor maneira de detectar o câncer de mama precocemente

A recomendação do Ministério da Saúde é de que a mamografia deve ser realizada por mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos. No entanto, é fundamental que o público feminino, de todas as idades, realize consultas anuais com um médico ginecologista, para avaliar as necessidades do rastreamento do câncer de mama. Além disso, o autoexame também deve ser feito com frequência.

"Inicie fazendo uma observação em frente ao espelho, levante e abaixe os braços e depois coloque as mãos na cintura para verificar se apresenta alguma alteração visual. A segunda etapa pode ser realizada em pé ou deitada, muitas mulheres gostam de fazer o autoexame durante o banho. Com o braço atrás da nuca, você irá palpar a mama e as axilas com a mão contrária e pressionar suavemente os mamilos. Observe se ocorre saída de secreção. Repita o processo na outra mama", recomenda a Dra. Juliana De Biagi, médica ginecologista, obstetra e professora do Mackenzie.

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