A gonorreia, também chamada de blenorragia, é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Neisseria Gonorrhoeae.
Essa infecção afeta tanto homens quanto mulheres e pode causar sintomas desconfortáveis e complicações sérias quando não tratada, podendo afetar a uretra e o colo do útero, assim como o ânus e a garganta.
Ainda que sua incidência não seja alta (1,5 a 2% da população global possuem a doença), pesquisas comprovam que a população jovem é a mais afetada pela gonorreia.
A prática sexual desprevenida e com vários parceiros é considerada a explicação para este fato.
Quais são os tipos de gonorreia?
Existem dois tipos de gonorreia: a genital e a faríngea. A genital é a mais comum, sendo transmitida através do contato sexual desprotegido com uma pessoa infectada. Já a gonorreia faríngea é uma infecção da garganta causada pela mesma bactéria, transmitida através do sexo oral.
O parto é outra via de contaminação sendo possível, portanto, que a mãe passe a doença para o bebê durante o processo. Nestes casos, a doença atinge principalmente os olhos, levando à perca da visão quando não tratada.
O infectologista, e coordenador da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Vila da Serra, Cristiano Galvão de Melo detalha o assunto: "Os tipos de gonorreia estão associados ao local em que houve a contaminação. A forma sexual da doença vai acometer os órgãos genitais enquanto que a faringite gonocócica, que é quando a contaminação acontece através do sexo oral. Já a gonorreia ocular é aquela transmitida pelo parto”.
Quais são os sintomas da gonorreia?
Os sintomas da gonorreia variam de pessoa para pessoa, sendo que os homens têm sinais mais aparentes de contaminação do que as mulheres. "Após o período de incubação, a doença se manifesta principalmente através de secreção no canal da uretra ou no ânus”, explica o médico Leandro Curi, infectologista do Hospital Felício Rocho.
Alguns dos sintomas mais comuns são:
- Coceira e secreção nas partes íntimas;
- Sangramento no ânus;
- Dor durante a relação;
- Dor de garganta;
- Dificuldade para engolir;
- Artrite infecciosa, perda de mobilidade e incômodos nas articulações.
- Febre.
Sintomas da gonorreia feminina
Mesmo que a doença afete igualmente homens e mulheres, as pessoas do sexo feminino costumam ser as mais prejudicadas, já que o diagnóstico é difícil de ser realizado.
Procure um médico se apresentar, corrimento vaginal amarelado ou esverdeado, dor ou ardor ao urinar, sangramento fora do período menstrual, dor abdominal e pélvica durante a relação sexual ou coceira ou sensação de queimação na região genital.
Sintomas da gonorreia masculina
Já entre os homens, os sintomas mais comuns são: corrimento amarelado ou esverdeado na uretra, dor ou ardor ao urinar, dor ou inchaço nos testículos, coceira ou sensação de queimação no pênis e sangramento pela uretra.
Como prevenir a gonorreia
A maneira mais eficiente de prevenir a enfermidade é utilizando preservativo em todas as relações sexuais, além de realizar exames regulares para detectar ISTs e buscas tratamento o mais rápido possível. As mulheres grávidas devem fazer o pré-natal regularmente para evitar a transmissão da doença para o bebê.
Vale ressaltar que grande parte das pessoas infectadas com gonorreia também podem ser diagnosticadas com clamídia. Mais um motivo que corrobora para a periodicidade dos exames.
Diagnóstico da doença
A gonorreia pode ser diagnosticada através da análise dos sintomas do paciente e do resultado dos exames laboratoriais. Você pode procurar um médico geral, um urologista, uma ginecologista ou um infectologista para avaliar seu quadro.
Qual o tratamento da gonorreia?
É possível tratar a doença através da utilização de antibióticos como a ceftriaxona e a azitromicina. É importante que todos os parceiros sexuais da pessoa infectada também sejam examinados e tratados, para evitar a transmissão da doença.
Em alguns casos, a gonorreia pode se tornar resistente aos antibióticos, o que torna o tratamento mais difícil. Por isso, é fundamental buscar ajuda o mais cedo possível. "A bactéria da gonorreia está, sim, adquirindo resistência. Em alguns países, principalmente na Europa, já foi detectado o que chamam de ‘supergonorreia’. Aqui no Brasil ainda não temos casos relatados, mas é algo que preocupa porque, ano a ano, os números de casos dessa bactéria resistente estão aumentando", reforça o infectologista Cristiano Galvão.
O tempo de cura da doença pode ser menor do que 7 dias. Uma nova contaminação, porém, pode acontecer, por isso é importante sempre realizar atos sexuais protegido com preservativo.