Médico de José Alencar defende 'onco check-up' contra câncer

Responsável por cirurgia de 17h30, que deu mais de dois anos de vida ao ex-vice-presidente do Brasil, disse que com diagnóstico prévio cura poderia chegar a 90%

2 mai 2013 - 13h21
(atualizado às 18h01)
Cirurgião faz alerta contra 520 mil casos de câncer por ano
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A forma mais eficaz de diminuir os casos de câncer e aumentar a cura da doença é a realização do “onco check-up”, afirmou o oncologista Ademar Lopes, do hospital AC Camargo, em entrevista ao Jornal do Terra. Responsável pela cirurgia de de 17h30 horas, que deu mais de dois anos de vida ao ex-vice-presidente José de Alencar, o especialista contou que atualmente 60% dos casos são curados e que, com o diagnóstico precoce, a estimativa seria de 90%.

Segundo ele, a doença é a segunda que mais mata no mundo inteiro e, mesmo assim, não é um hábito da população fazer exames de prevenção. “Câncer, no início, não dói, gostaria que fosse doloroso, mas não é. O que acontece são as pessoas terem um nódulo no seio, ‘mas não dói, então não é câncer’, ter um sangramento vaginal, mas como não dói, então não é câncer’”, exemplificou sobre a falta de auxílio profissional. Segundo ele, o onco check-up é uma consulta que deve durar cerca de 1 hora, em que o médico examina o paciente da cabeça aos pés e pede os exames pertinentes.

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Um dos problemas no Brasil é a descoberta tardia, apontou. Isso acontece, em parte, pela falta de profissionais na área. “Os médicos do posto de saúde não estão preparados e os sistema de saúde não está bem estruturado”, disse. “Apenas meia dúzia de faculdades tem a oncologia como disciplina na grade curricular, precisa estar na base. Precisamos de médicos generalistas que saibam pensar oncologicamente”, argumentou.  

Um pólipo no intestino, segundo ele, pode levar de oito a 10 anos para se transformar em tumor, quando costuma ser detectado. “No momento em que a pessoa recebe a notícia, parece que a casa caiu. Depois existe uma tomada de consciência de que a doença é frequente e quando bem tratada tem cura”, contou. Atualmente, o método de tratamento mais utilizado é a quimioterapia intravenosa, no entanto, já existe a quimioterapia oral e uma tendência a tratamentos personalizados.

“Estamos caminhando para o século da medicina personalizada, medicamentos diferentes para cada tipo de câncer”, avaliou. Os ciclos de quimioterapia e medicamentos usados estão sendo selecionados de acordo com a doença, tipo de alteração genética e perfil do paciente. O projeto Genoma, segundo o oncologista, contribuiu para o conhecimento do que cada gene faz e, quando existe o câncer, qual é a mutação que acontece.

A busca por um médico deve acontecer antes dos sintomas, pois o câncer no início não é doloroso
A busca por um médico deve acontecer antes dos sintomas, pois o câncer no início não é doloroso
Foto: Getty Images

A quimioterapia ainda assusta a população e realmente existem casos raros de morte por conta do tratamento, como devido à baixa dos glóbulos brancos associada à uma infecção. Mas, sem o tratamento, as chances de óbito são maiores. As alterações nas mucosas da boca, estômago e intestino que provocam mal-estares durante o tratamento já podem ser combatidas com medicamentos. Até mesmo o repovoamento de glóbulos brancos tem solução com droga que age em poucos dias e incentiva a médula na produção dos anticorpos.

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Uma vez com câncer, existe cerca de 8% de desenvolver outro tipo da doença, disse o médico. É uma pessoa que deve ter acompanhamento profissional para o resto da vida. Segundo ele, após cinco anos desde a cura, dificilmente, de 5% a 10% de chances, o câncer reaparecerá. Mas, segundo ele, em 70% a 80% dos casos, a doença volta em até dois anos e em cerca de 15%, em até cinco anos.  

Fonte: Terra
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