Cientistas modificaram genes nas células do sangue de pacientes com HIV para os ajudar a resistir ao vírus da Aids, e concluíram que o tratamento não só é seguro, como também promissor. Os resultados podem ser uma esperança aos pacientes que se submetem a um esgotante regime diário de medicamentos e os pesquisadores acreditam que as conclusões podem oferecer uma forma de cura. As informações são do site do jornal britânico Daily Mail.
As novidades aparecem um dia depois de médicos de Boston anunciarem que esperam ter curado um bebê com HIV. A criança, que nasceu em Los Angeles no ano passado, é a segunda a ter sido colocada em remissão, e possível cura, por ter tratamento desde cedo. Ela começou a ser tratada quatro horas após no nascimento e, até agora, não mostra sinais de infecção.
A ideia do tratamento por modificação do gene vem de pacientes com Aids que parecem ter sido curados depois de receber transplantes de células, em Berlim, há sete anos. O transplante veio de um doador com imunidade natural ao HIV. Apenas 1% das pessoas tem duas cópias do gene que dá esta proteção. Sendo assim, os pesquisadores estão procurando uma maneira mais prática de conseguir resultados similares usando terapia genética para modificar as células dos próprios pacientes.
A University of Pennsylvania conduziu um estudo com 12 pacientes. O HIV normalmente infecta células de sangue por meio de uma proteína na sua superfície, chamada CCR5. A empresa californiana Sangamo BioSciences oferece um tratamento que pode derrubar o gene que produz o CCR5. Os pacientes envolvidos no estudo tiveram seu sangue filtrado para remover algumas de suas células. O tratamento da Sangamo BioSciences foi introduzido e as células foram devolvidas aos pacientes.
Quatro semanas mais tarde, metade dos pacientes ficou temporariamente sem seus remédios habituais, para verificar o efeito da terapia. O vírus retornou , mas as células modificadas pareceram estar protegidas contra a infecção pelo HIV e tinham maior probabilidade de sobreviver do que as células que não tinham sido tratadas.
Segundo Pablo Tebas, um dos pesquisadores envolvidos, era previsto que o vírus voltasse, mas as células modificadas trazem esperança para um controle maior do vírus sem a necessidade de medicamentos. Os doutores chamam isso de “cura funcional”, porque o vírus ainda estaria presente, mas mantido sob controle sem tratamento.