Raul Gil, 85, foi internado no início da semana para realizar uma raspagem da próstata. O procedimento foi realizado na terça-feira (30), no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Como esclarecido pelo filho do apresentador, Raul Gil Jr, seu pai estava com uma hiperplasia de próstata, tipo de crescimento benigno do órgão. A doença é caracterizada pelo aumento da glândula e pode bloquear o fluxo da urina, provocando dificuldades para urinar, com o volume e a força do fluxo reduzidos.
Já na quinta-feira (1º), o próprio Raul comunicou aos seguidores do Instagram que a cirurgia deu certo. "Estou me recuperando de um procedimento bem sucedido e muito em breve estarei de volta às gravações. Agradeço também ao meu amigo Dr. Sérgio Filizola e toda sua equipe. Um grande abraço a todos!", disse o apresentador ao compartilhar uma foto ainda no hospital.
Entenda o procedimento
Doença mais comum entre as desenvolvidas na região da próstata, a hiperplasia é tratada inicialmente com o uso de medicamentos. Mas quando não se obtém o resultado esperado, o caminho é a cirurgia.
"A raspagem da próstata é um procedimento feito endoscopicamente, ou seja, a gente entra por dentro do canal, sem cortes, com um aparelho cilíndrico que tem uma câmera na ponta. Aí a próstata é identificada e a gente raspa o miolo dela", explica o urologista Danilo Galante, em entrevista ao Terra.
A Ressecção Transuretral da próstata (RTU), nome técnico da raspagem, é feita sempre com o paciente internado, como Raul Gil, e sob anestesia. Alguns riscos considerados são sangramento no pós-operatório e infecção urinária. "Esse tipo de cirurgia não é associado à impotência sexual nem à incontinência urinária", frisa o médico, membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia e doutor na área.
Hiperplasia x câncer
Galante também destaca que a hiperplasia benigna e o câncer de próstata, sempre maligno, são "doenças completamente separadas". Isso quer dizer que, embora atinjam o mesmo órgão, não há indícios de que quem sofre com hiperplasia tenha mais chances de desenvolver câncer de próstata e vice-versa.
"O que a gente sabe é que pacientes que o pai tinha tinha crescimento benigno têm mais chances também de ter crescimento benigno, e pacientes que o pai teve câncer de próstata têm mais chances de ter câncer de próstata", indica a relação genética entre as duas comorbidades. No caso do câncer, o tratamento pode ser cirúrgico e/ ou com sessões de quimioterapia e radioterapia.