O diretor do Escritório de Políticas de Desenvolvimento do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o espanhol Magdy Martínez-Solimán, advertiu que a crise sanitária na Guiné, origem do surto de ebola, "impregna cada aspecto da vida das pessoas".
Martínez-Solimán apelou para a necessidade de enviar apoio urgente a este país, um dos mais afetados pela epidemia na África Ocidental, para evitar que caia em uma "crise econômica", através de um comunicado divulgado no final da noite de ontem.
Em uma visita à capital Conacri, o responsável do Pnud advertiu que a crise do ebola já afetou todos os setores da economia na África Ocidental e poderia prolongar seus efeitos por até 10 anos depois de a crise terminar.
Na Guiné, o ebola está destruindo vidas, trabalhos e serviços essenciais, de modo que as exportações de frutas e verduras caíram 90%, o tráfego aéreo diminuiu em dois terços e o de contêineres por via marítima, em um terço.
O fechamento de empresas não só paralisou os serviços de saúde na Guiné, mas obrigou a fechar empresas, o que alterou a produção, venda e exportação de alimentos de primeira necessidade.
"Podemos evitar uma paralisia se agirmos agora, para nos assegurar que anos de esforços em matéria de desenvolvimento não desapareçam", acrescentou.
A economia da Guiné tinha começado a crescer após uma prolongada instabilidade política, mas essa tendência voltou a se contrair com a expansão do vírus, que tirou 768 vidas, segundo os últimos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Pnud colaborará com a nova Missão da ONU para o ebola Resposta a Emergências (UNMEER, em inglês) e trabalhará em nível mundial como parte da resposta mais ampla das Nações Unidas para mobilizar fundos e apoio adicionais para combater a epidemia e suas consequências.
Guiné, Libéria e Serra Leoa são os países mais afetados pela epidemia do ebola, que causou 3.857 mortos de 8.011 casos registrados desde março, segundo a OMS.