Em pesquisa, 78% dos médicos consideram estrutura hospitalar do País despreparada para crise

A maioria (56%) dos entrevistados também acredita que a população não está preparada em termos de conscientização

27 mar 2020 - 15h20

Em pesquisa feita pelo instituto Ipsos com médicos da América Latina, 78% dos brasileiros entrevistados declararam que a estrutura hospitalar do País está pouco ou nada preparada para enfrentar a pandemia do novo coronavírus. Além disso, 11% dos ouvidos no País afirmaram ter pacientes com infecção confirmada pelo vírus, e quatro em cada dez disseram atender pessoas com sintomas de covid-19, mas sem testes realizados.

Para a maioria (56%), a população não está devidamente preparada em termos de conscientização sobre o impacto da pandemia. Nos outros três países abrangidos pela pesquisa, a percepção de despreparo é ainda maior: 87% na Colômbia, 81% no México e 73% na Argentina.

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Outro indicador de pessimismo é o fato de 67% dos entrevistados no Brasil preverem que demorará mais de 60 dias para o País voltar à normalidade. Apenas 31% estimam que isso ocorrerá em um prazo menor.

Médicos desaprovam estrutura hospitalar brasileira.
Médicos desaprovam estrutura hospitalar brasileira.
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil / Estadão

Se não há preparo suficiente, ao menos o País parece engajado para enfrentar a doença na opinião de dois terços dos médicos brasileiros entrevistados. A pesquisa foi feita em 22 e 23 de março, antes de o governo federal lançar uma campanha publicitária para incentivar os cidadãos a abandonar as medidas de reclusão e voltar ao trabalho.

Também pelo lado positivo, 80% dos profissionais brasileiros relataram ter recebido de autoridades sanitárias guias específicos de diagóstico e tratamento de covid-19, a doença provocada pelo coronavírus que se espalhou pelo mundo a partir de um foco inicial em Wuhan, na China.

A pesquisa Ipsos foi realizada com 960 médicos de diversas especialidades, sendo 251 do Brasil, 280 da Argentina, 267 da Colômbia e 162 do México. As amostras não são representativas do universo de médicos em cada país, portanto as respostas não necessariamente espelham a opinião da totalidade dos profissionais.

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