O lipedema e o linfedema são condições médicas consideradas comuns, mas frequentemente confundidas devido ao nome similar. Conforme a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, foram registradas 102 cirurgias relacionadas ao tratamento do lipedema de janeiro a abril de 2023. No entanto, essa ainda é uma doença subdiagnosticada, enquanto o linfedema afeta cerca de 5 milhões de mulheres em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Segundo Carolina Mardegan, médica especialista em cirurgia vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), as regiões afetadas por essas condições podem ser as mesmas, prejudicando tanto a saúde mental quanto a autoestima do paciente.
Diferenças entre linfedema e lipedema
Apesar do nome parecido, estas doenças são diferentes e, assim, apresentam causas e sintomas distintos, mas ambas necessitam de acompanhamento médico e atenção. O linfedema acontece devido a alguma obstrução no sistema linfático, pois impede a drenagem adequada do excesso de fluido de uma área específica do corpo.
Conforme explica Carolina Mardegan, ele tem o potencial de agravar a circulação sanguínea em regiões das pernas ou dos braços, resultando em perda parcial de mobilidade na área afetada e é caracterizado por um inchaço crônico.
Por outro lado, o surgimento do lipedema é influenciado pela genética, assim como pela produção de hormônios como estrogênio e progesterona. "[…] o lipedema provoca uma sensação de peso adicional na região, tornando-a sensível ao toque, reduzindo a capacidade de realizar atividades físicas na área e, evidentemente, afetando a autoestima devido às implicações estéticas", explica a médica.
Outra diferença essencial a ser compreendida é que o lipedema é uma condição crônica que afeta principalmente mulheres e se caracteriza por uma distribuição irregular de gordura nas pernas, quadris e braços.
Aliviando as dores e os inchaços
A médica explica que algumas práticas podem ser adotadas quando surgirem dores ou cansaço físico. "Para os pacientes já diagnosticados com uma das condições, é importante manter uma rotina de atividade física leve e regular, seja por meio de esportes, exercícios na academia ou fisioterapia. Além disso, considerar o uso de roupas de compressão e explorar sessões de drenagem linfática pode ser benéfico, tudo isso em coordenação com um profissional especializado", diz.
No entanto, se essas opções não funcionarem ou já tiverem sido tentadas sem sucesso, Carolina Mardegan alerta que a melhor abordagem é buscar um médico cardiovascular. Isso permitirá uma avaliação mais aprofundada da gravidade das condições e a consideração da necessidade de procedimentos cirúrgicos em casos mais graves.
Por Fernanda Cezar