Entenda o tipo raro de câncer de Vera Viel, esposa de Rodrigo Faro

Incidência é rara e tumor pode afetar partes ósseas ou tecidos moles, podendo aparecer em braços, mãos, coxas, pernas e pés

25 out 2024 - 06h45
Resumo
Vera Viel, esposa de Rodrigo Faro, foi diagnosticada com sarcoma de partes moles, um tipo raro de câncer. O oncologista Ramon Andrade de Mello explicou os riscos, sintomas e possíveis tratamentos para a doença.
Entenda o tipo raro de câncer de Vera Viel, esposa de Rodrigo Faro
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Recentemente, a modelo Vera Viel, esposa do apresentador Rodrigo Faro, relatou que foi diagnosticada com um câncer na coxa, mais especificamente um sarcoma sinovial. 

“O sarcoma é um tipo de câncer que se origina nos tecidos conjuntivos do corpo, como ossos, músculos, gordura, cartilagem e vasos sanguíneos. Existem muitos subtipos de sarcomas, classificados em dois grupos principais: sarcomas de partes moles e sarcomas ósseos”, explica o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, pós-doutor clínico no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra) e pesquisador honorário da Universidade de Oxford (Inglaterra). 

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O caso específico da modelo é classificado como sarcoma de partes moles. A incidência desse tipo de câncer é baixa. Ele representa em torno de 1% de todos os cânceres no Brasil – e entre os sarcomas, de 5 a 10% acometem as partes moles. “As extremidades superiores e inferiores são as mais acometidas, então braços, antebraços, mãos, coxas, pernas e pés são as áreas que o sarcoma mais aparece”, diz Ramon.

De acordo com o oncologista, os fatores de risco para sarcomas incluem exposição à radiação (por exemplo, tratamento anterior de câncer), certas condições genéticas, como a síndrome de Li-Fraumeni, neurofibromatose, e síndrome de Gardner, idade (sarcomas são mais comuns em crianças e adolescentes, mas podem ocorrer em adultos), e história familiar de sarcomas. 

“Os sinais e sintomas podem variar dependendo da localização do sarcoma, mas incluem: um nódulo ou massa visível sob a pele; dor na área afetada, que pode ser constante ou intermitente; inchaço ou aumento de volume na região afetada; e dificuldade em mover um membro se o sarcoma estiver em um local que afete as articulações”, diz Ramon Andrade de Mello.

O pesquisador destaca que, para o diagnóstico dos sarcomas, é necessário exame físico e histórico médico, além de: imagem por ressonância magnética (MRI) ou tomografia computadorizada (CT) para visualizar a extensão do tumor; radiografias para avaliar a estrutura óssea; e biópsia para análise histológica do tecido suspeito.

Para o tratamento, o médico, que também é professor do Doutorado da Universidade Nove de Julho, explica que há algumas possibilidades. “O tratamento pode incluir a cirurgia para remoção do tumor, radioterapia para destruir células cancerígenas, quimioterapia para tratar sarcomas mais agressivos ou metastáticos e terapias alvo e imunoterapia, dependendo do tipo específico de sarcoma”, comenta.

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Entre as novidades no tratamento de sarcomas, há avanços em terapias direcionadas que atacam características específicas das células tumorais e o uso de imunoterapia para estimular o sistema imunológico a combater o câncer. 

“Ensaios clínicos também testam novas combinações de tratamentos e abordagens personalizadas, que levam em conta as características genéticas do tumor”, finaliza Ramon.

(*) Homework inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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