O músico Rinaldo Oliveira Amaral, mais conhecido como Mingau, começou a ter os sedativos reduzidos. O baixista da banda Ultraje a Rigo segue internado em estado grave após ser baleado na madrugada de sábado, 2, em Paraty, no Rio de Janeiro.
"Foi iniciado processo de redução gradativa da sedação. O paciente segue sedado, sob ventilação mecânica e recebe suporte clínico para controle da pressão intracraniana. O quadro clínico permanece grave", informou o boletim divulgado pelo Hospital São Luiz do Itaim, da Rede D'Or.
Na última terça-feira, os médicos revelaram a bala que atingiu o baixista atravessou o crânio e passou por área de funções motoras. "O projétil penetrou na caixa craniana na região frontal esquerda, ele não foi retido dentro do crânio, ele provavelmente transfixou e se perdeu no ambiente onde houve o acidente", relatou o neurocirurgião Manuel Jacobsen, durante uma coletiva de imprensa realizada no Hospital São Luiz, no Itaim Bibi, Zona Oeste de São Paulo, onde o músico está internado.
Segundo ele, não havia resíduo do projétil dentro do crânio, com marcas de entrada e saída. A área afetada pela bala é responsável por funções motoras, da linguagem e da visão. Os médicos ressaltam, no entanto, que não é possível fazer um prognóstico sobre possíveis sequelas.
"É difícil estabelecer um prognóstico devido às condições biodinâmicas. Operações futuras podem ser necessárias. Só o tempo vai dizer [...] É uma condição grave, mas nós temos que aguardar o tempo. A neurologia depende muito das habilidades do neurocirurgião, dos cuidados de UTI, mas depende muito de condições individuais de cada pessoa", ressaltou Jacobsen.
Entenda o caso
Mingau, de 56 anos, sofreu uma tentativa de assalto em Paraty, no Rio de Janeiro, na madrugada de domingo, 3. Na ação, o músico foi alvo de vários disparos efetuados por criminosos armados. Após transferência para São Paulo, ele fou submetido a uma cirurgia intracraniana de emergência, com duração de 3h30.
Além de prender um homem suspeito de ser o responsável pelo tiro na cabeça do baixista, a Polícia Civil identificou mais três suspeitos que estariam envolvidos no crime. Uma operação integrada busca localizar o trio.
De acordo com o delegado Marcello Russo, a identificação dos três ocorreu durante a operação que capturou o homem identificado como Relíquia, na tarde de domingo, 3, na Ilha das Cobras, em Paraty, no Rio de Janeiro. Na ação, os policiais encontraram dezenas de porções de drogas, como cocaína, maconha e loló, além de carregadores de armas, uma pistola glock com numeração raspada, uma .40, supostamente utilizada na tentativa de homicídio.