A dupla sertaneja Zé Neto (34) e Cristiano (36) subiram juntos aos palcos para o show que marca o retorno de Zé Neto após um tratamento contra depressão. Os artistas ficaram afastados dos palcos por três meses por questões de saúde. Em entrevista à CARAS Brasil, a psicóloga Letícia de Oliveira explica sobre o assunto e avalia o caso do cantor.
Zé Neto precisou passar por um tratamento para depressão e síndrome aguda de pânico. Durante conversa com o Fantástico, o sertanejo admitiu que sua rotina frenética da profissão acabou desgastando sua saúde mental.
Segundo a psicóloga Letícia de Oliveira, a depressão é uma doença multifatorial, ou seja, diversos motivos podem fazer com que uma pessoa desenvolva o quadro, inclusive, quando uma pré-disposição genética.
"O Brasil ocupa o quinto lugar dos países mais depressivo do mundo, esse número só vem crescendo, só vem aumentando. Os fatores como estresse, isolamento social acabam aumentando esse índice. Então, eu imagino que, no caso do sertanejo, a quantidade de shows, você não ter rotina, você ter acesso a muita coisa financeira, mas não ter, de fato, um tempo para poder curtir essas coisas. A idealização do público, a cobrança do público", avalia.
O cantor também declarou ao Fantástico que viveu: "É aquele ciclo vicioso de depressão: 'Vamos empurrar mais um pouquinho'. Foi aumentando. E o que era uma gotinha virou tempestade". A psicóloga explica sobre a relação da notoriedade pública com a saúde mental.
"Você está ali em evidência, com uma multidão de pessoas ovacionando, admirando você, mas, no fundo, você está sozinho. Tem vezes que faz mais de um show por dia, distante de esposa, distante de pais, amigos e em uma rotina sem fim. É uma rotina sem fim. Então, esse nível de estresse aumenta em muito a probabilidade de quem já tem uma pré-disposição genética, a depressão, a desenvolver", explica.
A especialista avalia a decisão de Zé Neto se afastar dos palcos e menciona que achou interesse: "Achei interesse a mudança de ritmo, porque de fato parar totalmente não fosse, de fato, a melhor solução, mas diminuir o ritmo e se atentar para as coisas que estão faltando", finaliza a psicóloga.