Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que o problema afeta 80% da população
O que a cantora Anitta e a atriz Vitória Strada têm em comum? Ambas foram diagnosticadas com hérnia de disco. A patologia é causada por um desgaste natural associado ao envelhecimento. Ao longo do tempo, os discos intervertebrais, que são estruturas gelatinosas localizadas entre as vértebras da coluna, podem perder sua elasticidade e resistência. O processo é conhecido como degeneração discal. Outros fatores podem contribuir para o desenvolvimento do problema, como lesões na coluna, traumas e atividades repetitivas que colocam pressão excessiva sobre a coluna vertebral. Além disso, posturas inadequadas, levantamento de pesos de maneira incorreta e sedentarismo são exemplos de comportamentos que podem aumentar o risco desta patologia.
O neurocirurgião Rodolfo Carneiro (CRM-SP 141.661 e RQE 50.652) explica que a hérnia de disco comprime o nervo, provocando inflamação ou compressão. O disco desgastado leva ao processo inflamatório ou mesmo uma folga entre as vértebras, que pode causar a dor lombar mecânica. Portanto, a partir do momento em que a pessoa se movimenta, essa dor fica principalmente na lombar. Ao comprimir o nervo, essa dor irradia para a perna ou o braço, se for na cervical. Mais raramente, as hérnias torácicas se irradiam para o tórax, de um lado ou outro, ou para os dois. "Como a hérnia comprime o nervo ou a medula, pode ocorrer fraqueza. É como se cortasse ou interrompesse a fiação que vai levar a ordem para o músculo se movimentar", aponta.
Sintomas
Conforme o Ministério da Saúde, a hérnia de disco pode não ter sintomas ou, então, provocar dor de intensidade leve, moderada ou tão forte que chega a ser incapacitante. Os sintomas são diversos e estão associados à área em que foi comprimida a raiz nervosa. Os mais comuns são formigamentos com ou sem dor, dor na coluna e na perna (e/ou coxa), apenas na perna ou na coxa, na coluna e no braço, apenas no braço.
Tratamentos
Segundo o neurocirurgião, a maioria dos tratamentos para hérnia disco são conservadores, ou seja, não precisam de cirurgia. Ele ressalta que mudanças posturais, ergonômicas no trabalho, atividade física regular, mudança de hábitos alimentares, fisioterapia, acupuntura e medicações podem melhorar 90% dos pacientes. No entanto, existem aqueles indivíduos que não conseguem adotar essas medidas e precisam fazer algum tipo de intervenção cirúrgica.
Dr. Rodolfo Carneiro - Foto divulgação
De acordo com o especialista, a cirurgia emergencial acontece quando, por exemplo, há compressão na medula cervical, levando à fraqueza nos braços e pernas. Na região lombar, se os pacientes têm a chamada síndrome da cauda equina — compressão grave o suficiente para bloquear os múltiplos nervos naquela região — pode levar à fraqueza nas pernas, formigamento, dormência, dormência ou formigamento na região perineal, dificuldade no controle da urina e da evacuação. Entretanto, Rodolfo pontua que são casos mais dramáticos, raros e necessitam de intervenção cirúrgica rápida em menos de 24 horas.