Mulheres que se alimentam de forma saudável antes e durante a gravidez podem diminuir o risco de o bebê desenvolver problemas de coração, dizem pesquisadores.
A relação aparece em um estudo, publicado no , que entrevistou 19 mil mulheres nos Estados Unidos - que tiveram filhos entre 1997 e 2009 - sobre suas dietas no ano anterior à gravidez.
Metade delas tinha tido filhos saudáveis, a outra metade tinha tido filhos com graves problemas cardíacos.
Ao comparar a dieta desses dois grupos, os pesquisadores descobriram que as mães que se alimentavam melhor tinham menos chance de ter filhos com problemas de coração congênitos.
Os cientistas dividiram a dieta em quatro grupos, de acordo com sua qualidade. As grávidas no melhor grupo tiveram menos chances de ter um bebê com defeitos no coração - como defeitos no septo atrial e tetralogia de Fallot - do que as do pior grupo, mesmo quando considerados outros fatores, como se a mãe tomou ácido fólico (presentes em alimentos como espinafre, brócolis e carnes vermelhas) ou era fumante.
Doenças cardíacas congênitas são um dos tipos de problemas de nascimento mais comuns, afetando até 9 em cada 1.000 bebês nascidos no Reino Unido e 1% dos nascimentos nos EUA.
Defeitos leves, como sopro no coração, muitas vezes não precisam ser tratados, porque podem melhorar sozinhos sem causar mais problemas. Mas outros podem ser mais sérios e alguns, letais.
Na maioria dos casos, os problemas decorrem de falhas ocorridas logo no início do desenvolvimento do feto. Alguns problemas de coração se devem a genes defeituosos e cromossomos. Mas, com frequência, não se sabe por que o coração do bebê não se desenvolve normalmente, diz a British Heart Foundation (BHF).
"É um estudo interessante que destaca a importância da alimentação desde o início da vida", diz Victoria Taylor, nutricionista da BHF.
Escolhas saudáveis
Uma dieta considerada saudável inclui peixe, frutas, nozes e vegetais. Mulheres grávidas e tentando engravidar são aconselhadas a tomar determinados suplementos.
Especialistas recomendam ácido fólico - para reduzir o risco de outros problemas de parto como espinha bífida (uma má formação congênita) - e vitamina D - para gerar ossos e dentes saudáveis.
"Uma dieta saudável antes, durante e depois da gravidez pode ter benefícios para a mãe e para a criança, como visto aqui, toda a dieta tem que ser levada em consideração, e não se focar apenas em nutrientes individuais", diz Taylor.
"Comer bem não é uma forma garantida de evitar efeitos congênitos no coração, mas esse será outro fator que vai motivar mulheres planejando uma gravidez a fazer escolhas saudáveis."