Ex-BBB faz 'lavagem' para eliminar fezes acumuladas; prática é perigosa

Método se chama hidrocolonterapia e não é reconhecido pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia; prática também já foi condenada nos EUA

29 nov 2023 - 10h47
(atualizado às 11h00)

A ex-BBB Adriana Sant'Anna compartilhou em seu perfil do Instagram o momento em que realizou uma sessão de hidrocolonterapia, procedimento similar a uma lavagem intestinal que causa a limpeza do intestino grosso através de água morna filtrada inserida no ânus.

"Uma das 7 maravilhas do mundo!", classificou a influenciadora. Ela realizou o procedimento em uma clínica dos Estados Unidos, mas revelou que já tinha feito algumas sessões em clínicas brasileiras.

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"Eu fazia quando morava no Brasil, mas nunca imaginei que aqui (também) tivesse… até que fiz um post perguntando para vocês se conheciam algum lugar e (vocês) me lembraram de por no Google!", brincou Adriana.

O que é hidrocolonterapia?

A ex-BBB Adriana Sant'Anna realizou o procedimento de hidrocolonterapia
A ex-BBB Adriana Sant'Anna realizou o procedimento de hidrocolonterapia
Foto: @santanaadriana

Ainda que o método tenha se popularizado nos últimos anos, a hidrocolonterapia não é um tratamento reconhecido pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia. O propósito do tratamento é eliminar as fezes acumuladas e, além disso, retirar “toxinas do intestino”.

Em um artigo científico da coloproctologista Lúcia Camara Oliveira, a médica diz que o método deriva da teoria da “autointoxicação", que relaciona “a estagnação de fezes no cólon com a formação de toxinas que ao serem absorvidas causariam um envenenamento para o organismo"— teoria que, de acordo com a especialista doutorada pela USP, não é verdadeira.

"Há no mundo um número crescente de profissionais que lidam com terapias alternativas e que advogam o uso da limpeza , lavagem ou hidroterapia do cólon, com a finalidade de detoxicação do organismo, livrando o cólon de toxinas, venenos, e parasitas intestinais. Não há entretanto nenhuma licença ou treinamento exigidos para operar um equipamento de irrigação do cólon", defende Lúcia Camara.

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A prática da hidrocolonterapia foi condenada na Califórnia em 1985 pelo "National Council Against Health Fraud” e, até o momento, o FDA (órgão americano que regulamenta medicamentos e equipamentos médicos) não aprova as máquinas disponíveis no mercado para a realização de tal prática.

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Riscos da hidrocolonterapia

Este método apresenta alguns riscos aos pacientes, como perfurações do reto e peritonite secundária. Quando o aparelho não é devidamente esterilizado, há também o risco de transmissão de doenças como a amebíase.

Fora os riscos mecânicos, os pacientes que passam por esse procedimento ainda podem sofrer com desidratação, alterações eletrolíticas, síncope e distensão abdominal.

Para tratar constipação, o ideal é procurar ajuda médica – até para descartar doenças como hipotireoidismo, o câncer, a diabetes, distúrbios de motilidade ou apenas dieta inadequada.

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Vale lembrar que a hidrocolonterapia é diferente da lavagem intestinal realizada antes de cirurgias ou exames; este método também é conhecido como enema e deve ser feito em hospitais ou ambientes clínicos.

Fonte: Redação Terra Você
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