Excesso de tempo de tela afeta a saúde mental das crianças

Com a interferência do tempo de tela na saúde mental das crianças, livros são aliados no processo de desintoxicação digital

14 jun 2023 - 06h15
Foto: Adobe Stock

Cada vez mais a tecnologia ganha espaço na vida das pessoas e se torna algo essencial para o dia a dia. Sejam os celulares, computadores, tablets ou televisores, a humanidade está ficando à mercê desses aparelhos para se comunicar, trabalhar, organizar e até cuidar e entreter as crianças.

O que muitos pais e cuidadores não sabem, é que esse tipo de entretenimento pode intoxicar os pequenos e prejudicar seu desenvolvimento. Segundo uma pesquisa realizada pelo Tic Kids Online Brasil sobre o uso da internet por crianças e adolescentes no Brasil, em 2019, 89% da população entre 9 e 17 anos já era usuária da internet, o que corresponde a cerca de 24 milhões de crianças e adolescentes, dos quais, 95% tinham no telefone celular o dispositivo de acesso à rede.

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Para Carmen Pareras, diretora da Catapulta Editores no Brasil, o uso de tecnologias está tirando o interesse em atividades essenciais que auxiliam o desenvolvimento das crianças. 

"Podemos ver que os pequenos com idades cada vez mais precoces têm tido acesso a equipamentos eletrônicos e, com isso, o tempo de leitura está sendo prejudicado", explica.

Exposição a telas eletrônicas não é boa para as crianças

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a exposição a telas eletrônicas, por qualquer período, não é recomendada para crianças menores de dois anos e o tempo de tela não deve ser superior a uma hora por dia para crianças de dois a quatro anos. A psicóloga Camila de Cássia Ribeiro, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, alerta para a importância do cuidado com o tempo de tela dos pequenos.

“O período de pandemia, em que as crianças ficaram mais tempo em casa, ocasionou um aumento do uso de telas nessa faixa etária devido a falta de possibilidades de interação que outros ambientes proporcionam. É preciso ter atenção ao tempo e conteúdo consumido porque existem malefícios associados ao uso precoce e inadequado, como questões de saúde mental, transtornos do sono, transtornos do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e até mesmo questões de autoimagem”, explica Ribeiro.

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Além disso, a Sociedade Brasileira de Pediatria, também indica outros malefícios associados ao uso inadequado das telas com as crianças: sedentarismo e falta da prática de exercícios, transtornos alimentares, miopia e síndrome visual do computador, perda auditiva induzida pelo ruído, transtornos posturais e músculo-esqueléticos, e o risco de exposição a conteúdos sexuais.  

Desintoxicação Digital

Os livros podem ser ótimos aliados durante o processo de mudança de hábitos, pois os pais que oferecem obras literárias para seus filhos, estão criando um costume que poderá se concretizar como uma prática saudável que durará para o resto da vida.  

Para Pareras, o contato com os livros pode ajudar a deixar as crianças longe do digital, além de contribuir para “a criatividade e ética, incentivo da imaginação e melhorias no vocabulário”.

Além dos pontos positivos diretos, outros indiretos como a experiência de ouvir histórias em um espaço onde há atenção, fará com que o afeto se torne algo fundamental estreitando os vínculos de confiança entre o adulto e a criança.

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“O contato com os livros, o ato de sentir o cheiro, as texturas e interagir com as histórias auxilia no desenvolvimento psicomotor, cognitivo e intelectual das crianças. Assim como conversar sobre cada história lida também se torna uma alternativa para aproximar mais as crianças e os pais ou responsáveis, tornando o diálogo mais empático, o que é importante para o desenvolvimento psicológico de cada um”, finaliza a especialista da Rede de Hospitais São Camilo.

(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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