Fabi Justus recebe medula óssea de anônimo: como doar? Dói? Tire suas dúvidas

Procedimento pode ser feito de duas formas diferentes e não causa mudanças na vida de quem doa

27 mar 2024 - 13h34
Resumo
Fabiana Justus recebeu uma medula óssea de um doador anônimo e deve aguardar pela 'pega' da medula para poder sair do hospital. Para ser doador é necessário ter entre 18 e 35 anos e estar em bom estado de saúde.
Foto: Reprodução/Instagram @fabianajustus

Fabiana Justus usou seu perfil no Instagram nesta quarta-feira, 27, para contar aos seguidores que recebeu a medula óssea de uma pessoa anônima. A filha mais velha de Roberto Justus foi diagnosticada com leucemia mieloide aguda em janeiro deste ano. 

Na publicação, a influenciadora agradeceu pela doação anônima e informou que agora espera pela alta hospitalar após o procedimento que acontece por meio de uma transfusão. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em três semanas, a medula transplantada já estará produzindo células novas.

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“Se todos no mundo fossem assim... você só soube que sou adulta e que precisava com urgência. E não hesitou. Foi lá, fez os exames necessários e doou. E com isso você está me dando minha segunda chance! [...] Um doador 100% compatível comigo... meu 'gêmeo' de medula. Ainda temos um caminho pela frente... precisamos aguardar a 'pega' da medula para poder ter alta do hospital”, escreveu Fabiana. 

A medula óssea, encontrada no interior dos ossos, contém as células-tronco hematopoéticas que produzem os componentes do sangue, incluindo as hemácias ou glóbulos vermelhos, os leucócitos ou glóbulos brancos que são parte do sistema de defesa do nosso organismo, e as plaquetas, responsáveis pela coagulação.

Quem pode doar medula óssea?

De acordo com o INCA, para se tornar um doador de medula óssea é necessário:

  • Ter entre 18 e 35 anos de idade;
  • Estar em bom estado de saúde;
  • Não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (como infecção pelo HIV ou hepatite);
  • Não apresentar história de doença neoplásica (câncer), hematológica ou autoimune (como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide).

Para o cadastramento voluntário, o doador deve apresentar um documento original de identidade e preencher um formulário com suas informações pessoais. Além disso, será necessária a coleta de uma amostra de sangue (5 ml) para testes de tipificação HLA – fundamental para a compatibilidade do transplante. 

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“Estes dados serão incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) e, em caso de identificação de compatibilidade com um paciente, você será contatado para realizar outros testes”, informa o Instituto.

Uma vez identificado um potencial doador compatível, ele é contatado e convidado a realizar novos testes de compatibilidade e uma avaliação clínica e laboratorial. Confirmada a compatibilidade com o paciente e o bom estado de saúde do doador, a doação é agendada. Este processo costuma levar 60 dias e não é necessária nenhuma mudança de hábitos de vida, de trabalho ou de alimentação.

Como é realizada a doação de medula óssea? Dói?

A coleta das células-tronco hematopoéticas é realizada em centros de transplante ou hemocentros públicos ou privados de todo o país autorizados pelo Ministério da Saúde. O INCA informa que existem duas maneiras de obter estas células:

Na coleta de medula óssea

O procedimento ocorre em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação de 24 horas. As células serão coletadas através de punções na região pélvica posterior (osso do quadril) e dura cerca de 90 min.

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Na doação por aférese

As células são coletadas diretamente da corrente sanguínea, através de um procedimento de aférese que dura cerca de 3 a 4 horas mas, neste caso, o doador deverá receber uma medicação por 5 dias para estimular as células-tronco.

Segundo o INCA, na doação por punção da medula óssea, o doador costuma relatar dor no local da punção (quadril) que tende a desaparecer em alguns dias. A maioria dos doadores consegue retornar às suas atividades habituais após uma semana. 

Na doação por aférese de sangue periférico, o doador pode apresentar um quadro gripal durante o uso da medicação para estimular as células-tronco hematopoéticas, mas poderá retornar às suas atividades no dia seguinte à doação.

As células-tronco hematopoéticas se proliferam naturalmente e, por este motivo, cerca de duas semanas após a doação o organismo estará recuperado. Todas estas questões serão discutidas com o doador durante sua avaliação clínica. 

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Quais são as chances de compatibilidade?

Em função das características genéticas do sistema HLA, as chances de encontrar um doador compatível de medula óssea é de 30% entre irmãos e muito menor com doadores não-aparentados. Por este motivo, existem os Registros de Doadores Voluntários em diferentes países, totalizando mais de 38 milhões de doadores no mundo. 

O Redome é o Registro de Doadores Voluntários de Medula Óssea, responsável pela manutenção das informações de todos os doadores voluntários de medula óssea cadastrados no Brasil e pela identificação de possíveis doadores para pacientes brasileiros.

O cadastro do doador permanecerá ativo no Redome até ele completar 60 anos de idade e, assim, ele poderá ser selecionado para um paciente ao longo de toda a sua vida. Por este motivo, é importante que o doador mantenha seus dados pessoais atualizados.

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Fonte: Redação Terra Você
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