Érika de Souza Vieira Nunes foi presa após tentar sacar um empréstimo com o tio já morto. Familiares relatam que ela usava medicamentos, mencionando o zolpidem entre eles, que possui entre seus efeitos colaterais alucinações, agitação, pesadelos e depressão.
Familiares de Érika de Souza Vieira Nunes acreditam que ela estava sob efeitos de medicamentos quando seu tio, Paulo Roberto Braga, morreu. Naquele dia, ela o levou até uma agência bancária para tentar sacar um empréstimo. Um dos remédios citados pelos parentes é o zolpidem, que ficou conhecido na internet por causa dos relatos dos usuários do medicamento.
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"Fui dar uma olhadinha básica na Shopee e descobri que ontem fiz uma compra dopada de zolpidem", escreveu uma usuária esta semana no X (antigo Twitter). "Nunca mais tomo zolpidem na vida, é uma noite mais caótica do que a outra", disse outra pessoa, na mesma rede social.
O remédio é indicado para tratamento de insônia em adultos. Entre os efeitos colaterais comuns, a bula indica alucinações, agitação, pesadelos e depressão. Quem citou o uso de zolpidem por Érika foi o irmão dela, Elizeu Nunes dos Santos, em entrevista ao jornal O Globo.
O filho de Érika, Lucas Nunes dos Santos, de 27 anos, reforçou a hipótese.
"Ela estava sob efeito de medicamentos. Tenho certeza de que ela não percebeu que o tio Paulo já tinha morrido. Em juízo normal, a minha mãe não ia conversar e pedir para um morto assinar um papel", disse ao jornal.
Segundo Lucas, que é bombeiro militar, a mãe vinha tratando uma depressão desde 2019, e, de lá para cá, o uso de remédios diferentes se tornou uma constante em sua vida. No último domingo, 21, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, os familiares mostraram dois laudos psiquiátricos, já enviados à Justiça, que pedem a internação de Érika.
Nas solicitações de internação, há menções a "alucinações auditivas" e "dependência de medicamentos".
Investigações
Érika foi presa em flagrante no último dia 16, após constatarem que o idoso Paulo Roberto Braga, de 68 anos, estava morto no momento em que a sobrinha tentava fazer com que ele assinasse a permissão para sacar um empréstimo de R$ 17 mil, em uma agência no Rio de Janeiro. Posteriormente, sua prisão foi convertida para preventiva.
Na decisão, a juíza Rachel Assad da Cunha afirmou que a mulher não demonstrou nenhuma preocupação com o estado do idoso que alegou ser cuidadora.
A defesa da acusada recorreu da decisão e pediu a prisão domiciliar para que ela possa cuidar da filha de 14 anos. A garota possui diagnóstico de doença crônica. Para justificar a solicitação, a defesa alegou que Erika não oferece riscos e colaborou com as investigações.