Ao final do mês de fevereiro, o apresentador Faustão, apelido de Fausto Silva, 72, passou por um transplante de rim. Desde então, vem senso assistido pela equipe médica do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, pois o novo órgão ainda não havia se adaptado ao organismo do comunicador.
Passados 47 dias desde o procedimento cirúrgico, Luciana Cardoso, esposa de Faustão, usou suas redes sociais para anunciar que, finalmente, o companheiro teria vencido a rejeição após dar início a um tratamento mais potente, que lhe garantiu uma rápida e positiva resposta.
"Há 3 semanas, tivemos a notícia que seu corpo não estava aceitando o novo órgão. Então, um tratamento mais potente foi iniciado e há 2 dias tivemos a feliz resposta que aguardávamos: a rejeição foi vencida. A partir de agora, nossa expectativa é que o tempo traga o reequilíbrio necessário para que todo o organismo volte a funcionar em harmonia", escreveu Luciana em comunicado oficial.
"Não foram tempos fáceis. Mais uma vez, aceitamos as provações que a vida nos dá como aprendizados que servem para fortalecer ainda mais a fé, a união familiar e a gratidão àqueles que no momento mais difícil, tem a generosidade de dizer sim e permitir que outras pessoas permaneçam vivas por mais tempo através da doação de órgãos", continuou.
Por fim, a esposa de Faustão desabafou dizendo que a luta ainda não acabou, mas que já é possível visualizar a linha de chegada. Luciana ainda agradeceu pelas mensagens de carinho e incentivo que vêm recebendo. Também agradeceu aos médicos, enfermeiros, equipe hospitalar e famílias que disponibilizaram a doação de órgãos ao apresentador.
Como a insuficiência cardíaca pode afetar os rins?
Faustão passou por um transplante de rim em função do agravamento de uma doença renal crônica. A cirurgia ocorreu seis meses após o comunicador realizar um transplante de coração, devido piora de seu quadro de insuficiência cardíaca. Há uma relação estreita entre as operações.
Via final de muitas doenças cardiovasculares, a insuficiência cardíaca (IC) ocorre quando o coração não consegue bombear o sangue adequadamente para todo o corpo, seja por não ter "força" o suficiente para fazer o trabalho ou por ter que se "esforçar" demais para conseguir realizar a função.
Com isso, a circulação sanguínea fica descompensada, o que pode causar diversos outros problemas secundários, como alterações de fluxo aos rins, impactando o funcionamento em curto ou em longo prazos.
"Aproximadamente 70% dos casos de síndrome cardiorrenal advêm de piora da função cardíaca em um contexto de insuficiência cardíaca descompensada. Quando um paciente passa pelo transplante do coração, o organismo precisa se recuperar da 'agressão' da própria cirurgia e se adaptar ao uso das medicações necessárias. Os imunossupressores, por exemplo, vitais para transplantados, também afetam os rins", explica o Dr. Alexandre Soeiro, coordenador do Programa de Insuficiência Cardíaca e Transplante Cardíaco do Hcor.