De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a fibromialgia é a doença mais comum entre as mulheres. De cada 10 pacientes com fibromialgia, sete a nove são do sexo feminino. No entanto, a síndrome também pode acometer homens, idosos, adolescentes e crianças.
O que é fibromialgia?
A fibromialgia é uma condição que se caracteriza por dor muscular generalizada, crônica, mas que não apresenta evidência de inflamação nos locais de dor, segundo a SBR.
Apesar da dor muscular generalizada, que dura três meses em média, não é possível identificar evidência de inflamação nos locais de dor de quem a sente.
O que causa a fibromialgia?
A Sociedade Brasileira de Reumatologia diz que, apesar de ainda não totalmente esclarecida, a principal hipótese é que pacientes com fibromialgia apresentam uma alteração da percepção da sensação de dor.
“Isso é apoiado por estudos em que visualizam o cérebro destes pacientes em funcionamento, e também porque pacientes com fibromialgia apresentam outras evidências de sensibilidade do corpo, como no intestino ou na bexiga”, diz a SBR.
De acordo com a associação, alguns pacientes com fibromialgia desenvolvem a condição após um gatilho, como uma dor localizada mal tratada, um trauma físico ou uma doença grave.
Quais são os sintomas da fibromialgia?
Dor por mais de três meses em todo ou qualquer parte do corpo, presença de pontos dolorosos na musculatura (normalmente dos dois lados), quadro de depressão ou ansiedade e alterações do hábito intestinal estão entre os sinais de alerta para a síndrome. Outros sintomas comuns da fibromialgia são:
- Dor generalizada: Dor contínua e difusa que afeta ambos os lados do corpo e está presente acima e abaixo da cintura.
- Fadiga: Sensação constante de cansaço, mesmo após longos períodos de descanso ou sono.
- Distúrbios do sono: Dificuldade para adormecer, permanecer dormindo ou acordar frequentemente durante a noite.
- Problemas cognitivos: Dificuldade de concentração, memória e processamento de informações, frequentemente referidos como "nevoeiro fibro".
- Sensibilidade aumentada: Maior sensibilidade a estímulos como luz, som, temperatura e toques.
A fibromialgia é grave?
A fibromialgia, embora não seja considerada uma doença fatal ou progressiva, pode ser uma condição grave devido ao impacto significativo que causa na qualidade de vida. Seus sintomas podem dificultar a realização de atividades cotidianas e profissionais, além de afetar a saúde emocional.
Apesar de não causar danos permanentes aos tecidos ou órgãos, a gravidade da fibromialgia varia de pessoa para pessoa. Com o tratamento adequado, muitas pessoas conseguem controlar os sintomas e viver de forma produtiva.
Diagnóstico da fibromialgia
A SBR afirma que o diagnóstico de fibromialgia é eminentemente clínico, com a história, exame físico e exames laboratoriais auxiliando a afastar outras condições que podem causar sintomas semelhantes.
“Exames de imagem devem ser interpretados com muito cuidado, pois nem sempre os achados da radiologia são a causa da dor do paciente. A fibromialgia pode aparecer em pacientes que apresentam outras doenças reumáticas, como artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico, e muitas vezes dificulta uma completa melhora destes pacientes”, informa a associação.
Qual o tratamento para a fibromialgia?
Embora não haja cura definitiva para a fibromialgia, diversos tratamentos podem ajudar a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida, entre eles:
- Medicação: Analgésicos, antidepressivos e anticonvulsivantes podem ser prescritos para ajudar a reduzir a dor e a fadiga.
- Fisioterapia: Exercícios físicos regulares, como alongamentos, fortalecimento muscular e atividades aeróbicas de baixo impacto, podem aliviar a dor e melhorar a função física.
- Terapias complementares: Técnicas como acupuntura, massagem, meditação e ioga podem ajudar a reduzir o estresse e a dor.
- Terapia cognitivo-comportamental (TCC): Ajuda a gerenciar a dor e a lidar com os aspectos emocionais da condição.
- Mudanças no estilo de vida: Adotar uma rotina de sono regular, manter uma alimentação saudável e evitar o estresse excessivo são importantes para o manejo da fibromialgia.
Quem tem fibromialgia é considerado PCD?
A pessoa com fibromialgia pode ser considerada Pessoa com Deficiência (PCD) dependendo da gravidade dos sintomas e do impacto na sua capacidade funcional. No Brasil, a Lei de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015) também reconhece como deficiência doenças e síndromes que resultam em limitações significativas, permanentes e que afetam a vida diária.
Para que uma pessoa com fibromialgia seja considerada PCD, é necessário comprovar que a doença causa limitações severas nas atividades do cotidiano e no trabalho. No entanto, o reconhecimento como PCD pode variar conforme a avaliação médica e jurídica em cada caso.