Um fenômeno raro de gêmeos siameses conectados pela pélvis e compartilhando três pernas, um pênis e um ânus, ocorreu em uma família da Indonésia. Após três anos de nascimento, cirurgiões realizaram uma operação de risco, permitindo que eles se sentassem e, eventualmente, ficassem de pé.
Um fenômeno que ocorre em cada um em dois milhões atingiu um par de gêmeos que nasceu na Indonésia fundidos na pélvis e compartilhando três pernas, um pênis e um ânus. Eles também compartilham bexiga, reto e intestinos.
Os meninos são frutos da terceira gravidez dos pais sem histórico familiar de anomalias congênitas e, de acordo com a matéria publicada no The Sun, a mãe não teve complicações na gravidez antes de dar à luz aos gêmeos.
“A mãe relatou que não consumiu suplementos, medicamentos ou misturas tradicionais de ervas e verificava rotineiramente sua gravidez com uma parteira local”, observou um relatório publicado no American Journal of Case Reports.
Embora os gêmeos siameses sejam raros, ocorrendo 50 mil a cada 200 mil nascimentos, aqueles unidos pela pelve – chamados de isquiópagos– são ainda mais raros, representando apenas 6% a 11% de todos os gêmeos siameses.
Devido ao posicionamento de seus corpos, os gêmeos, que nasceram em 2018, passaram os primeiros três anos de suas vidas deitados de costas, incapazes de ficar de pé ou mesmo sentar sem ajuda.
Depois de discutir se deveriam ou não tentar separar os gêmeos, cirurgiões do Hospital Hasan Sadikin, em Bandung, decidiram deixar o posicionamento dos troncos mais vertical, reconstruindo os ossos pélvicos, para permitir que os gêmeos se sentassem e, eventualmente, ficassem de pé. A terceira perna também foi removida.
A cirurgia foi realizada quando os gêmeos ainda tinham três anos e os meninos não sofreram complicações após a operação.
“O último acompanhamento foi três meses após a cirurgia e nenhuma complicação foi relatada. Foi observada melhora na mobilidade, pois ambos os pacientes conseguiram flexionar a parte superior do tronco”, escreveram os médicos envolvidos nos cuidados.
Embora os meninos tenham sobrevivido à cirurgia de alto risco, os médicos observaram que há poucos estudos sobre o prognóstico a longo prazo de gêmeos siameses isquiópagos após cirurgias.
“Infelizmente, esses gêmeos tendem a ter uma vida útil mais curta do que os gêmeos não siameses, devido a complicações internas”, observaram.