Governadores pedem ajuda a Maia para Brasil comprar vacina

Bolsonaro vetou um acordo costurado pelo Ministério da Saúde para a compra de 46 milhões de doses da vacina chinesa da Sinovac

3 nov 2020 - 17h09
(atualizado às 17h30)

Governadores reuniram-se nesta terça-feira com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a fim de pedir ajuda para convencer o presidente Jair Bolsonaro a comprar a primeira vacina que vier a ser autorizada no país contra a covid-19.

30/10/2020
REUTERS/Dado Ruvic
30/10/2020 REUTERS/Dado Ruvic
Foto: Reuters

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disse que Maia e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), estão ajudando na intermediação com Bolsonaro. Ele avaliou ter uma boa expectativa de acolhimento em favor da demanda.

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"Se não houver uma coordenação nacional e se os Estados forem estimulados a disputarem entre eles a aquisição das vacinas, todos saem perdendo e não será demais pensar que venhamos a assistir episódios semelhante ao caso da aquisição de respiradores", disse Leite, em entrevista coletiva após o encontro com Maia na residência oficial da Câmara.

Há duas semanas, Bolsonaro vetou um acordo costurado pelo Ministério da Saúde para a compra de 46 milhões de doses da vacina chinesa da Sinovac que está sendo produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo do seu desafeto João Doria (PSDB). O governador paulista é apontado como um potencial adversário dele na sucessão de 2022.

Bolsonaro chegou a dizer que não vai pagar pela vacina de São Paulo, e também questionou a eficácia do imunizante em razão da sua procedência.

O governo federal tem acordo firmado para compra da vacina em desenvolvimento pelo laboratório AstraZeneca em parceira com a Universidade de Oxford, e também ingressou no mecanismo de vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS) conhecido como Covax.

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Eduardo Leite disse que o trabalho dos governadores junto ao Congresso é para que o Brasil compre a primeira vacina que estiver à disposição após autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e insistiu que o imunizante do Butantan não é de um governador.

"Não é a vacina do governador João Doria, é a vacina de um instituto renomado, reconhecido, desenvolvido em parceria com laboratório chinês, de onde já vem a maior parte de insumos também de vacinas utilizadas pela população brasileira. Então não há que se ter qualquer preconceito e menos ainda evidentemente ser norteado pela questão política. A gente tem boa expectativa de avanço com apoio dos presidentes da Câmara e do Senado", disse.

A intenção do grupo é que a vacina integre o Programa Nacional de Imunização, coordenado pelo Ministério da Saúde.

Participaram do encontro com Maia os governadores de sete Estados e os vice-governadores de São Paulo e do DF. Os representantes estaduais ainda vão se reunir com Alcolumbre e outras autoridades federais em Brasília para tratar da questão da vacina.

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