Governo reservou 80 locais para hospitais de campanha

Ministério da Economia selecionou Parque Olímpico para ser um dos locais de construção de hospitais de campanha pelo Brasil

3 abr 2020 - 17h47
(atualizado às 18h00)
 
Parque Olímpico dos Jogos Rio 2016 (Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br)
Parque Olímpico dos Jogos Rio 2016 (Foto: Gabriel Heusi/Brasil2016.gov.br)
Foto: LANCE!

O Ministério da Economia selecionou um total de 80 imóveis da União, entre eles o Parque Olímpico do Rio, para a construção de hospitais de campanha em todo o Brasil. São prédios, terrenos e galpões que estão sem uso, muitos na lista para serem vendidos.

Com a pandemia do novo coronavírus, o governo suspendeu as licitações e repassou a lista ao ministérios da Defesa e da Saúde, que serão os responsáveis pela vistoria das áreas e posterior construção dos hospitais. Isso será feito de acordo com a demanda de cada região, na medida em que a doença avance e a necessidade de leitos aumente.

Publicidade

"Precisamos ter alternativas para a possibilidade de o sistema público de saúde colapsar. Existem diferentes cenários, quanto mais subir a curva (de infectados), mais necessidade de atendimento. Nesse sentido, o governo já está com a área mapeada", explica o secretário de Coordenação do Patrimônio da União do Ministério da Economia, Fernando Bispo.

Foram reservados espaços em todas as regiões, em 27 Estados. Na lista, há de prédios históricos a grandes terrenos, como as áreas do Pátio do Pari, com 120 mil m², onde funcionava a Feira da Madrugada, e o Pátio ferroviário de Pirituba, com 31,6 mil m², ambos na cidade de São Paulo.

No Rio de Janeiro, foram selecionadas as instalações do Parque Olímpico da Barra - onde foram feitas competições nas Olimpíadas de 2016 -, o Edifício A Noite (na Praça Mauá), que foi o maior arranha-céu da América Latina na época da inauguração, na década de 1930 e chegou a ser considerado o mais alto edifício do mundo em concreto armado, e até uma área da Quinta da Boa Vista, um parque em São Cristóvão.

Três estádios também estão no grupo: em Curitiba (PR), o Estádio do Paraná Clube (Vila Capanema), em Teresina (PI) o Estádio Rei Pelé (Trapichão) e o Estádio de Futebol Aluízio Ferreira (Aluizão), em Porto Velho (Rondônia). As arenas estão em áreas da União cedidas aos clubes. No caso de Curitiba, a área já foi avocada para ficar na reserva em caso de necessidade.

Publicidade

Segundo Bispo, a ideia é que, nas áreas abertas, sejam construídas estruturas temporárias, como a que está sendo feita no Estádio do Pacaembu, em São Paulo. Já prédios e outras construções podem passar por reformas e adaptações e serem aproveitados como hospitais.

A intenção foi escolher duas áreas em cada grande centro, uma para a triagem e outra para internações, que tenham fácil acesso e proximidade com hospitais e centros de saúde já existentes. Foram reservados espaços em todas as capitais e em grandes centros.

Com o maior número de casos registrados até agora, o Estado de São Paulo é também o que possui mais espaços à disposição. São quatro áreas na capital e 16 no interior. Na cidade de São Paulo, os locais estão em um cinturão na região central: além dos dois terrenos há ainda uma antiga escola na região Sul, na área de Interlagos e da represa Billings, e um sítio com 189 mil m² na Via Anhanguera,

No interior, foram selecionadas áreas em cidades como Campinas, Bauru e Mogi das Cruzes. Também foram reservados antigos galpões do Instituto Brasileiro do Café pelo país, foram selecionados galpões e um edifício da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Goiás, e até um clube de servidores, no Distrito Federal.

Publicidade

Na Bahia, um antigo prédio do Dnit, em Salvador está na lista, assim como o Edifício da Sudene, em Recife (PE). No Maranhão, um campo de futebol com 5,9 mil km2 foi reservado em Imperatriz.

Na Região Norte, foram listados espaços como o Armazém Central, em Manaus (AM), e um ginásio em Porto Velho (RO).

De acordo com o secretário, novas áreas poderão ser selecionadas, à medida em que a pandemia avance. O Ministério da Defesa começou agora a vistoria dos imóveis. Em Roraima, um hospital de campanha em área da União já está em fase final de construção pelo Exército.

Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se