SÃO PAULO - Epicentro do novo coronavírus no País, a Grande São Paulo já tem praticamente 90% dos leitos de UTI públicos ocupados. De acordo com balanço da Secretaria Estadual da Saúde, esse índice é de 89,6% na região metropolitana. No Estado, é de 66,9%. Segundo o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, 3.767 pacientes estão internados no Estado em unidades de terapia intensiva.
"Esse é um dado preocupante. Além disso, estamos preocupados com o número de internações e número de altas. Ontem, por exemplo, tivemos mil internações e 600 altas. Essa relação deveria ser muito próxima. Se continuar desta forma, pelo que parece que vai acontecer, vamos entrar em fase complicada", afirmou Geraldo Reple Sobrinho, secretário municipal de Saúde de São Bernardo do Campo e presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems/SP).
Estão internados em leitos de enfermaria 5.919 pacientes confirmados com o novo coronavírus.
Os números mostram também um avanço da doença no Estado de São Paulo, com 39.928 casos confirmados, com 2.075 novos casos registrados em 24 horas. E 3.206 óbitos, sendo 161 registrados em 24 horas.
A situação da doença no interior também foi citada como uma preocupação. "Não existe região protegida, a onda epidêmica está se esplhando por todo o Estado", afirmou Dimas Tadeu Covas, diretor do Instituto Butantã.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, a cada três dias, 38 novas cidades registram casos de coronavírus. Se esse ritmo se mantiver, até o fim de maio, todos os municípios paulistas (são 645) serão afetados pela doença. "Estamos vendo uma aceleração da epidemia ao mesmo tempo que a taxa de isolamento caiu no interior", disse.
Nesta quarta-feira, o índice foi de 47% no Estado. A meta do governo é 60% e o ideal é 70%. Esse número, de acordo com as autoridades, é necessário para evitar o colapso do sistema de saúde. Chefe do Centro de Contingência contra a covid-19, o infectologista David Uip já relacionou o aumento das mortes a uma baixa no isolamento social e vem pedindo insistentemente que as pessoas fiquem em casa, principalmente na região metropolitana de São Paulo e na capital paulista.