A influenciadora digital, Viih Tube, de 24 anos, compartilhou com seguidores um perrengue que vem enfrentando na reta final da sua segunda gravidez: ela está sofrendo com dores na região íntima. Mãe de Lua, de 1 ano, Viih está prestes completar nove meses de gestação de Ravi, também fruto do seu casamento com o ex-BBB Eliezer, de 34 anos.
“Mandem dicas do que fazer para aliviar as dores de grávida na hora de dormir. Gelo para aliviar a pubalgia”, escreveu Eliezer em seu perfil no Instagram ao mostrar Viih sofrendo com as dores e usando uma bolsa de gelo na região.
O que é a pubalgia?
A pubalgia, ou dor na cintura pélvica, afeta a região da virilha, especificamente a área do púbis, onde diversos músculos e tendões se conectam. A condição atinge cerca de 1 em cada 4 pessoas durante a gravidez. Durante a gestação é frequentemente causada pelo relaxamento dos ligamentos pélvicos, um processo natural mediado pelo hormônio relaxina, que prepara o corpo para o parto.
“Esse relaxamento pode resultar em instabilidade e dor na região pélvica, sendo mais comum em gestantes devido às mudanças hormonais e ao aumento do peso e da pressão sobre a pelve”, explica o Diretor-Clínico do Centro de Reabilitação e Condicionamento Físico Fortaleser, Rodrigo Moura, em entrevista ao Terra Você.
Quais são os sintomas?
O fisioterapeuta conta que a pubalgia gestacional geralmente se apresenta como uma dor aguda ou incômoda na região da virilha ou no meio da pelve e pode irradiar para as coxas.
A condição difere-se da dor ciática, que normalmente irradia da lombar até o pé, com características de sintomas neurais como formigamento e perda de força.
Quanto ao desconforto ligamentar, ele é mais frequentemente sentido como uma dor mais difusa nas laterais do abdômen ou profunda na região pélvica sem uma localização precisa.
Tratamento usado por Viih Tube é eficiente
O especialista afirma que o tratamento pode incluir aplicação de calor ou frio localizado, como fez a influenciadora com o gelo, e exercícios de baixo impacto sob supervisão.
Técnicas de fisioterapia, como terapia manual e exercícios específicos para fortalecer a musculatura pélvica, também são recomendadas, sempre considerando a segurança da mãe e do bebê.
“A atividade física de forma geral, bem como exercícios de fortalecimento do core e da musculatura pélvica, ou exercícios de estabilização pélvica, podem ser benéficos. A fisioterapia, focada em técnicas de fortalecimento e mobilidade adequadas, pode ajudar a manter a estabilidade pélvica e reduzir o risco de pubalgia e dor na cintura pélvica”, indica o profissional.
Dor pode interferir o trabalho de parto?
Embora a pubalgia gestacional não afete diretamente o processo de parto, a dor pode interferir no conforto e mobilidade da gestante, afetando sua capacidade de adotar posições adequadas durante o trabalho de parto.
No entanto, o ortopedista do VITA Ortopedia e Fisioterapia, marca do Grupo Fleury, Christiano Trindade, conta que os sintomas da pubalgia costumam desaparecer após o trabalho de parto.
O médico destaca que em raríssimos casos pode ocorrer uma separação dos ossos da sínfise púbica, que persiste no pós parto e alguma conduta ortopédica deverá ser tomada.
“O melhor jeito para se precaver de complicações é o acompanhamento com colegas ortopedistas, geralmente especialistas em quadril, que estão habituados a lidar com estas pacientes”, diz o profissional ao Terra Você.
Incômodo pode se estender para a coluna
Em entrevista ao Terra Você, o médico ortopedista, diretor do NOT Núcleo de Ortopedia e Traumatologia de Belo Horizonte, Daniel Oliveira, conta que a pubalgia pode causar desconforto também na coluna.
A relação entre a musculatura do abdômen, do quadril e da região lombar é estreita, e desequilíbrios ou sobrecargas musculares provocados pela pubalgia podem levar a compensações posturais que afetam a coluna.
“Essa sobrecarga gera tensão na região lombar, resultando em desconforto ou dor. Portanto, é comum que pacientes com pubalgia também relatem desconforto na coluna, especialmente na parte inferior, devido à biomecânica corporal alterada”, diz o especialista.