Em tratamento contra a esclerose múltipla, a atriz Guta Stresser destaca o impacto que a doença teve na sua vida profissional e no bem-estar. Para ela, o diagnóstico foi como "um baldão de água fria" e, ainda que tenha recebido apoio da classe artística, sente que a condição é tratada como estigma.
"Há preconceito por falta de conhecimento. Trabalhar te faz bem. A pior coisa para quem tem esclerose múltipla é parar de trabalhar. Se você parar, você paralisa", analisou em entrevista ao "Domingo Espetacular".
No programa exibido ontem na Record, ela disse que seus sintomas eram formigamento intenso pelo corpo e zumbido nos ouvidos, o que ainda persiste, mesmo que em menor intensidade. A artista faz tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O que é esclerose múltipla?
O Ministério da Saúde define a condição como a doença neurológica que mais afeta jovens adultos no mundo, a maioria mulheres. Trata-se de um quadro crônico, progressivo e autoimune, em que as células de defesa do corpo atacam o próprio sistema nervoso central, cérebro e medula espinhal.
Com isso, a doença destrói o tecido protetor que envolve as fibras nervosas, impedindo ou alterando a transmissão das mensagens do cérebro para o corpo. Por exemplo, sem os estímulos cerebrais enviados à mão, o indivíduo com a doença sofre com paralisia, dormência ou incoordenação do movimento.
Estimativas da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (Abem) indicam que há cerca de 40 mil portadores da doença no país. Alguns sintomas comuns são fadiga, rigidez, fraqueza muscular, desequilíbrio, dor, dificuldade para articular a fala e alterações emocionais, entre outros.
Esclerose não tem cura, mas há tratamentos para reduzir a inflamação e os surtos ao longo dos anos, o que pode incluir fisioterapia. O objetivo é melhorar a qualidade de vida dos pacientes.