Na etapa inicial, os 51 médicos residentes do hospital estão em treinamento. Nos bonecos, eles realizam a intubação orotraqueal - quando o paciente tem insuficiência respiratória e precisa ser ligado ao ventilador pulmonar - e a cricotomia de emergência - quando é preciso fazer uma perfuração na garganta do doente para ligá-lo ao ventilador pulmonar. "O centro de simulação permite que a equipe esteja apta a realizar os procedimentos e também que fique familiarizada com os riscos de contágio que são inerentes a esses processos, usando corretamente os equipamentos de proteção", explicou o médico infectologista Roberto Muniz Junior, que atua no treinamento.
O mais importante, segundo eles, é a possibilidade dos profissionais terem contato com "pacientes" que eles sabem apenas que não irão morrer, o que aumenta a confiança durante o aprendizado. A sala de simulação imita o ambiente real de uma sala de cirurgia, assim como o robô imita o paciente e tem reações de um ser humano. "Ele respira, tem batimentos cardíacos, reclama de dor e até pode regurgitar quando está passando muito mal", detalhou o médico. Isso faz com que o médico e outros profissionais reajam como se estivessem cuidando de um doente real.
Na etapa seguinte, serão capacitados o corpo clínico do hospital, enfermeiros e fisioterapeutas. Inaugurado em fevereiro deste ano, o centro de simulação realística integra o departamento de ensino do hospital. Parte do investimento, de R$ 150 mil, foi financiada pela faculdade de medicina de São José do Rio Preto, que utiliza a estrutura para seus alunos do internato (sexto ano de medicina). A Santa Casa de São Carlos faz parte da rede de hospitais estruturantes instituída pelo governo estadual e é referência para atendimentos de alta complexidade para cinco cidades da região.