Você já ouviu o termo "inflammaging"? Vinda do inglês, essa expressão se refere à inflamação adquirida pelo organismo com o avançar da idade. Isso porque o corpo começa a ficar inflamado com os excessos ao longo dos anos.
"O que leva ao Inflammaging são excessos de alimentos que inflamam, hábitos de vida e a falta de exercício físico combinada a altos níveis de estresse e falta de boas noites de sono, por exemplo", explica a naturopata Fernanda Capobianco, certificada como coach e terapeuta de nutrição integrativa pelo Landmark Worldwide e pelo Instituto de Nutrição Integrada, ambos em Nova Iorque (EUA).
Impactos da inflamação no organismo
A especialista explica que quando a nossa microbiota está em disbiose (isto é, mais bactérias ruins do que boas em nosso intestino), o processo de inflamação agrava. Isso porque o corpo dificilmente absorve os nutrientes necessários.
"Portanto, a digestão fica mais difícil e, consequentemente, a pessoa engorda ou tem dificuldades para emagrecer", esclarece Fernanda. Além disso, o indivíduo também pode apresentar sintomas como falta de sono, falta de energia, prisão de ventre, dificuldade para emagrecer, leve depressão e outros.
Dentre possíveis doenças que podem decorrer deste processo inflamatório, a especialista destaca uma série de doenças. É o caso, por exemplo, da diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, câncer, doença crônica dos rins, sarcopenia (perda de músculos), osteopenia, anemia, depressão e demência.
Como combater a inflamação
A frase "você é o que você come" nunca fez tanto sentido. Isso porque, de acordo com a terapeuta holística, a alimentação é fundamental nesse processo do "envelhecimento" do corpo, que se intensifica ainda mais a partir dos 40 anos.
Uma das estratégias para desinflamar, portanto, é consumir no dia a dia uma abundância de verduras, legumes e frutas (livres de pesticidas), sementes, cereais integrais e leguminosas. Uma alimentação com essas características contêm todos os nutrientes e fitonutrientes com propriedades antioxidantes e anti inflamatórias que o corpo humano precisa.
A especialista reforça a importância de manter uma alimentação limpa. Isto é, com maior consumo de alimentos in natura e menos industrializados ou pesticidas, o que ela chama de "descascar mais e desembalar menos".
Segundo a naturopata, essa alimentação vai gerar uma microbiota saudável. Além de bons hormônios, esse bem-estar gera neurotransmissores como serotonina, conhecido como o hormônio da felicidade. "Mais de 70% da serotonina produzida no nosso corpo é gerada através da nossa microbiota", revela Fernanda.
Outras formas de garantir um envelhecimento saudável
"A alimentação é grande parte do processo, mas ainda devemos olhar a saúde como um todo (prática de exercício físico, manter o corpo hidratado, controle emocional, práticas espirituais e boas noites de sono)", destaca a profissional.
Além de incluir opções saudáveis na dieta, é preciso também evitar os alimentos que causam a inflamação, como produtos industrializados e processados, congelados, biscoitos, massas, açúcar, fast food, sorvetes, excesso de proteína animal, queijos, derivados de leite, refrigerantes e bebidas alcoólicas, por exemplo.
Há ainda outros hábitos que contribuem com o inflammaging, conforme lista a especialista: falta de exercícios físicos, tabagismo, passar muito tempo sentado, ingerir pouca água, consumir carboidratos processados em excesso, açúcar e doces, não dormir bem, ter poucas horas de sono, falta de visão e propósito e não ter relacionamentos significativos.
Conforme Fernanda, esses hábitos geram perda de vitalidade, envelhecem e desregulam os hormônios que tendem a flutuar durante a perimenopausa e menopausa. Portanto, devem ser evitados.