Inglesa com câncer terminal defende direito à morte assistida para aliviar sofrimento

Helen Skelton, psicoterapeuta de 56 anos, argumenta que a opção pelo fim da vida oferece dignidade para pacientes terminais

14 nov 2024 - 07h40
Foto: Getty Images

Com um diagnóstico de câncer de mama em estágio terminal, Helen Skelton, 56, de Brighton, no Reino Unido, luta pelo direito à morte assistida A inglesa tem alergia à morfina, medicamento utilizado para redução de dores, e teme o sofrimento provocado pela doença que, além de prolongar sua dor, impactaria profundamente sua família. “Não se trata de suicídio, mas de dignidade”, iniciou Helen ao The Mirror. 

“Não apoio isto de uma forma arrogante, no entanto, acredito absolutamente que deve haver escolha para as pessoas no final da sua vida [...] Sou alérgica à morfina. Portanto, sei que o alívio da dor será limitado para mim no final. E acho importante que eu tenha esse direito. Para mim, é uma coisa muito diferente do suicídio assistido. Não é que eu ' vou querer morrer. Vou saber que estou morrendo e quero ter algum arbítrio sobre minha morte", acrescentou. 

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Para ela, uma legislação que permita o direito à morte assistida aliviaria o trauma dos entes queridos e garantiria a dignidade dos pacientes. Atualmente, a prática da eutanásia e do suicídio assistido e eutanásia são ilegais no Reino Unido.

A eutanásia, definida como o ato de induzir a morte por um terceiro, já o suicídio assistido, ocorre quando o próprio paciente administra pessoalmente uma dose letal, com assistência médica.

Mesmo com essas restrições, o Parlamento britânico está prestes a debater um novo projeto de lei, em 29 de novembro, que prevê o direito de morte assistida para adultos com doenças terminais e com menos de seis meses de vida.

Helen, que recentemente perdeu uma amiga para o câncer, reforça a importância de ter a opção de morrer em casa, cercada pela família. Sua amiga Paola Marra, impossibilitada pela legislação britânica, viajou sozinha para a Suíça, onde a morte assistida é legalizada.

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Na Suíça, várias organizações, como a clínica Dignitas, oferecem serviços de morte assistida para estrangeiros, e o país é um destino frequente para pacientes terminais. Recentemente, o escritor brasileiro Antonio Cicero, com Alzheimer, recorreu a esse procedimento, optando pelo fim de sua vida em uma clínica suíça, em 23 de outubro de 2024.

No mundo, poucos países permitem a prática. Na América Latina, Colômbia e Canadá legalizaram tanto o suicídio assistido quanto a eutanásia para pacientes terminais, enquanto nos Estados Unidos, a decisão varia por estado.

Na Europa, Bélgica, Holanda e Luxemburgo são exemplos de países onde ambas as práticas são permitidas, geralmente sob a condição de que o paciente esteja sofrendo de forma insuportável e sem possibilidade de recuperação.

Já no Brasil, tanto o suicídio assistido quanto a eutanásia são considerados crimes, e a pena pode variar de um a seis anos de prisão, dependendo das circunstâncias. Entretanto, o Conselho Federal de Medicina (CFM) permite a ortotanásia, quando o médico interrompe o tratamento de um paciente terminal com o consentimento deste, o que permite ao paciente uma morte natural sem intervenções adicionais.

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Onde buscar ajuda

Para aqueles que enfrentam crises relacionadas ao desejo de morrer, ou conhecem alguém nessa situação, é essencial buscar apoio. O Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece atendimento gratuito pelo telefone 188, além de conversas por chat e e-mail. Para quem perdeu um ente querido, a Associação Brasileira dos Sobreviventes Enlutados por Suicídio (Abrases) oferece suporte e grupos de apoio.

Fonte: Redação Terra
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