Instituto Butantã não vai produzir vacina russa, diz Doria

Segundo Doria, o Estado já tem uma parceria com o laboratório chinês Sinovac e 'não há motivo' para trabalhar com uma segunda alternativa

11 ago 2020 - 17h15
(atualizado às 17h25)
O governador de São Paulo, João Doria, durante aplicação da primeira dose de teste da Coronavac, vacina contra covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech
O governador de São Paulo, João Doria, durante aplicação da primeira dose de teste da Coronavac, vacina contra covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech
Foto: Governo do Estado de São Paulo/Divulgação / Estadão Conteúdo

SÃO PAULO - Após o anúncio de que a Rússia se tornou o primeiro país do mundo a aprovar a regulamentação para uma vacina contra a covid-19, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que o Instituto Butantã não vai produzir a vacina registrada nesta terça-feira pelo governo da Rússia.

Segundo Doria, o Estado já tem uma parceria com o laboratório chinês Sinovac para a produção da CoronaVac e 'não há motivo' para trabalhar com uma segunda alternativa.

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"A (vacina) russa não (será produzida). Não sou capaz de avaliar se é boa ou não é, se tem o aval da Organização Mundial de Saúde. Não quero fazer pré-avaliação. Mas pelo Butantã, não. Houve uma procura, mas foi respondido que já temos uma associação com o laboratório chinês Sinovac para a produção da CoronaVac. Não faria sentido algum ter uma segunda alternativa no mesmo Butantã , cujo objetivo é o mesmo", afirmou Doria, em entrevista à Rádio Bandeirantes.

Por nota, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo disse que acompanha ao lado da comunidade científica o desenvolvimento da vacina pelo Governo russo e que atualmente o Instituto Butantã está participando da pesquisa da CoronaVac, da farmacêutica Sinovac Biotech. "O Butantã está realizando testes clínicos de fase 3 da Coronavac em voluntários no Brasil, com o objetivo de demonstrar sua eficácia e segurança."

Rússia aprova regulamentação da primeira vacina contra covid-19

O presidente Vladimir Putin disse, nesta terça-feira, 11, que a Rússia se tornou o primeiro país do mundo a aprovar a regulamentação para uma vacina contra a covid-19, após menos de dois meses de testes em humanos. A aprovação abre caminho para a imunização em massa da população russa, ainda que o estágio final de ensaios clínicos para testar a segurança e eficácia não tenha sido concluído.

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A velocidade com que a Rússia está se movimentando para lançar sua vacina destaca a determinação em vencer a corrida global por um produto eficaz, mas despertou preocupações de que pode estar colocando o prestígio nacional acima da ciência e segurança sólidas. Moscou, no entanto, afirmou que a aprovação é sinônimo da sua "proeza científica".

Paraná vai assinar acordo com a Rússia

O governo do Paraná vai anunciar nesta quarta-feira, 12, um acordo com o Ministério de Saúde da Rússia para a produção de uma vacina contra o coronavírus. O acordo prevê que o Estado realize testes, produza e distribua a vacina após a validação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que vai analisar os resultados das pesquisas russas. Nesta terça-feira, 11, o presidente Vladimir Putin afirmou que a Rússia se tornou o primeiro país do mundo a aprovar a regulamentação da vacina.

Embora tenha sido registrado, o imunizante ainda será submetido a ensaios clínicos para testar sua segurança e eficácia. O chefe do fundo soberano da Rússia, Kirill Dmitriev, afirmou que a vacina deveria ser produzida no Brasil após aprovação regulatória.

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