Inteligência artificial: é seguro criar dieta e treino pelo ChatGPT?

Neurocirurgião explica como recomendações de inteligência artificial podem prejudicar a sua saúde

25 mar 2024 - 16h16
Resumo
Um estudo analisou as recomendações de exercícios físicos feitas por aplicativos com inteligência artificial e mostrou que muitas delas não seguiam os padrões da área de saúde ou geravam desinformação. O médico Felipe Mendes recomenda telemedicina e sites confiáveis para aconselhamento médico.
Foto: iStock

Com o avanço das tecnologias e o desenvolvimento de ferramentas com inteligência artificial (IA), muitas pessoas recorrem a aplicativos em busca de ajudas mais simples como uma receita e até mesmo recomendações mais complexas como saúde e bem-estar. 

Um estudo recente publicado na revista JMIR Medical Education, analisou as recomendações de exercícios físicos feitas por aplicativos como ChatGPT e concluiu que a ferramenta não refletia as diretrizes consideradas padrões entre os profissionais da área de saúde. 

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Os estudiosos ainda concluíram que a ferramenta também gerou desinformação quando se tratava de exercícios para pessoas com hipertensão, fibromialgia, câncer e outras condições de saúde, além de não informar os usuários se deveriam praticar exercício físico.

Em entrevista ao Terra, Felipe Mendes, médico neurocirurgião membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, explica que é preciso tomar cuidado com informações fornecidas por IA, pois além de imprecisas, elas podem ser descontextualizadas. 

“Ela pode não entender completamente o contexto individual de um paciente, como histórico médico, condições existentes e interações medicamentosas. Como cada paciente é único, com suas próprias necessidades e circunstâncias, só um médico pode avaliar de forma 100% confiável”, diz o profissional.

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Pedir informações desse tipo para a IA também pode fazer com que diagnósticos ou tratamentos sem supervisão médica aconteçam de forma perigosa.

O neurocirurgião destaca que existem pesquisas em andamento para melhorar a capacidade dos sistemas de IA em fornecer conselhos de saúde precisos e confiáveis. No entanto, mesmo com avanços, especialistas em saúde geralmente concordam que IA não substituirá totalmente o atendimento médico personalizado, dada a complexidade das necessidades de saúde individuais e a importância do julgamento clínico.

Para os que preferem ou precisam de atendimento remoto, o médico indica a telemedicina como alternativa. As consultas médicas são feitas por videochamadas e podem dar acesso a especialistas que são escassos em algumas partes do país.

Alguns serviços de saúde também oferecem linhas diretas onde os pacientes podem falar com profissionais de saúde para obter conselhos. E websites de instituições médicas renomadas ou agências governamentais de saúde também podem fornecer informações confiáveis.

“Hoje, vários serviços de saúde já estão com aplicativos que oferecem informações de saúde verificadas e podem permitir o monitoramento de condições de saúde”,  diz o médico.

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Mendes indica usar a inteligência artificial apenas para obter uma compreensão geral, já que a qualidade da recomendação pode variar com base na complexidade do problema de saúde em questão. Questões relacionadas à saúde, como diagnósticos ou tratamentos específicos devem sempre ser discutidos com um profissional médico qualificado.

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Fonte: Redação Terra Você
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