Jovem é internada com asma e sai de hospital com braço amputado; entenda

Estudante de Medicina Bárbara Maia descobriu síndrome rara; ela passou cerca de três meses no hospital e sofreu uma série de complicações

25 out 2023 - 13h27
Barbara deu início ao processo de protetização e quer agora inspirar outras pessoas
Barbara deu início ao processo de protetização e quer agora inspirar outras pessoas
Foto: Reprodução/ Instagram @barbramaia

Uma estudante de Medicina que sofre com asma deu entrada em um hospital com dificuldades de respirar e saiu cerca de três meses depois com o braço direito amputado. A história é da jovem Bárbara Maia, de 27 anos, que vive em Belo Horizonte (MG).

Como narra em vídeos publicados no Instagram e TikTok, tudo começou no dia 7 de maio deste ano. Na ocasião, ela sentia falta de ar, no que pensou se tratar de mais um episódio de asma, e buscou atendimento em um pronto-socorro.

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Inicialmente, deu tudo certo. Bárbara foi medicada e os sintomas cessaram. Até o dia seguinte, quando ela não conseguia nem pedir um carro por aplicativo — uma ambulância foi até sua casa para levá-la ao hospital.

Na unidade de saúde, os médicos tentaram transferir oxigênio, melhorar a saturação, mas o quadro da jovem só piorava, então optaram por entubá-la.

"A última coisa que eu lembro desse dia foi segurar a mão da minha mãe e falar que eu estava com muito medo devido à entubação", destaca em uma série de vídeos compartilhada em agosto.

Enquanto isso, seus amigos se mobilizavam para conseguir uma vaga num hospital público — o plano de saúde de Bárbara estava no período de carência — e, com ajuda de alguns médicos, ela foi transferida ainda inconsciente para a Santa Casa.

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"Acordei cerca de 36 dias depois, mas não sabia exatamente o que tinha acontecido nem do tempo que eu tinha ficado em coma nem dos vários episódios de várias coisas diferentes que poderiam ter levado a minha vida".

Após deixar o CTI, a jovem passou para o setor de cuidados prolongados do hospital, onde fez fisioterapia, terapia ocupacional e traqueostomia.

As complicações ao longo da internação foram:

  • tromboembolismo pulmonar
  • pneumonia
  • dois AVCs
  • falência renal
  • hemorragia intestinal, que a fez usar 13 bolsas de sangue
  • anemia severa, que demandou mais duas bolsas de sangue

Em meio a isso, Bárbara também descobriu ser portadora da Síndrome do Anticorpo Fosfolípide (SAF), condição rara, genética e autoimune que faz com que o sangue coagule facilmente. Para a estudante, essa é a origem dos problemas de saúde.

"Ela faz com que eu forme trombos pelo corpo, foi o que aconteceu com meu braço", esclareceu em vídeo. Também conhecida como "síndrome do sangue grosso", a SAF “é clinicamente definida por tromboses recorrentes, arteriais ou venosas, perdas fetais de repetição e, laboratorialmente, pela presença de anticorpos antifosfolipídeos”, conforme aponta a Sociedade Brasileira de Reumatologia.

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Além da questão genética, Bárbara tem uma variação anatômica que complicou seu quadro. Como ela explica, a artéria que deveria ser bifurcada no meio do braço, se bifurcava no ombro. "Isso fez com que o trombo fosse formado mais em cima do braço".

"No meu prontuário diz [que eu tive] asma, mas foi provável TEP (Tromboembolismo pulmonar), o que faz mais sentido por causa da SAF", apontou.

Antes da amputação, os médicos tentaram revascularizar o membro, mas não deu certo. Depois, em uma segunda tentativa, amputaram apenas metade do braço. Porém, em seguida, ela apresentou uma infecção no osso e todo o braço precisou ser removido.

Diante desse cenário, Bárbara criou uma "vaquinha" online para ajudar nos custos de uma prótese e, em setembro, conseguiu arrecadar o valor. De acordo com a jovem, o modelo ideal para que ela siga o sonho de se tornar oncologista custou R$ 480 mil. Seus vídeos recentes mostram que ela já deu início ao processo de protetização.

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Fonte: Redação Terra Você
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