Uma jovem americana de 17 anos sofreu uma grave reação alérgica após se submeter a um procedimento de extensão de cílios. Em entrevista a um jornal americano, Haley Fetzer relatou que a reação deixou os olhos inchados e expelindo muco, e, segundo ela, seus olhos se pareciam com "olhos de zumbi".
"Toda vez que eu piscava, saía um pouco de gosma dos meus olhos. Achei que ficaria cega", afirmou a jovem, que também relatou muita dor na região.
O procedimento, feito em julho para que ela pudesse ir ao baile de formatura do ensino médio, é bastante comum aqui no Brasil, mas não está livre de riscos. De acordo com a médica Marina Roizenblatt, oftalmologista especialista em retina cirúrgica, a cola utilizada nos alongamentos pode causar irritações que incorrem em vermelhidão, inchaço e coceira.
Embora os cílios estejam frequentemente associados ao charme no olhar, a médica destaca que esses fios não estão nos olhos por finalidade estética.
"Os cílios existem como um mecanismo de proteção do olho, que é um órgão muito delicado do corpo. Sua função primordial é evitar que corpos estranhos caiam na superfície ocular", explica Roizenblatt.
Além dessa proteção mecânica, os cílios auxiliam o olho a manter o filme lacrimal. Esse líquido é produzido por um conjunto de glândulas e células, e atua na defesa contra infecções e para manter nossos olhos umedecidos, lubrificados e nutridos através do mecanismo de piscar.
Essas glândulas ficam na raíz dos cílios, justamente o lugar onde são colocados os produtos químicos que colam o material sintético de uma extensão.
"Você começa a entupir essas glândulas e o filme lacrimal fica numa qualidade ruim", explica a médica, que também orienta atendimento médico ao primeiro sinal de desconforto ocular, como vermelhidão ou visão afetada.
"Somente o médico vai saber determinar a causa real e indicar um tratamento adequado", acrescenta.
Sem uso indiscriminado de colírios
A consulta com um oftalmologista deve ser a primeira atitude diante de sintomas de irritação, e não o uso indiscriminado de colírios sem receita médica. Marina Roizenblatt, especialista em retina cirúrgica, ressalta que nem todos os colírios são iguais ou servem a todos os casos.
"Cada um tem um princípio ativo, então os colírios não são todos iguais e só o oftalmologista é capaz de dizer qual é o tratamento adequado para um paciente", reforça.
Outra dica que a médica dá é evitar procedimentos estéticos muito definitivos logo de imediato. "Procedimentos reversíveis são mais simples de tratar no caso de uma eventual cirurgia", explica.
"Cada pessoa tem uma realidade diferente. O fato de alguém ter feito um procedimento estético, ou usar um tipo de cosmético, na região periocular sem nenhuma reação, não é garantia de que você também vai tolerar bem isso bem", finaliza.