Kate Middleton quebrou o silêncio sobre seu sumiço após divulgar que recebeu um diagnóstico de câncer. A princesa de Gales estava afastada dos holofotes desde o início do ano, quando passou por uma cirurgia no abdômen e descobriu a neoplasia.
Ela não explicou o que motivou a realização da cirurgia, qual o tipo de câncer ou quão avançada a doença está. Apesar disso, ela revelou que está fazendo um tratamento contra a neoplasia.
De acordo com a princesa de Gales, sua equipe médica recomendou que ela fizesse quimioterapia preventiva. Agora, ela está na fase inicial da quimioterapia intensiva. O palácio não deu detalhes sobre a duração do tratamento, apontando apenas que cabe aos médicos de Kate essa decisão.
Quais tipos de câncer atingem o abdômen
Sem maiores detalhes sobre a situação da princesa e apenas com a informação de que ela teria passado por uma cirurgia no abdômen, surgiram dúvidas a respeito de quais neoplasias podem atingir essa região.
O Dr. Bruno Benigno, cirurgião uro-oncologista do Hospital Oswaldo Cruz e diretor da Clínica Uro Onco, lembra que a cavidade abdominal abriga uma série de órgãos vitais para o organismo.
Dentre eles, o fígado, o sistema digestivo como um todo (do estômago ao reto, abriga também órgãos do sistema genital, como a próstata, por exemplo, os ovários, o útero), a região vaginal e também os órgãos do sistema urinário.
"Portanto, todos os cânceres desses órgãos podem ser fontes de tumores na região abdominal. A gravidade de cada quadro depende do tipo de tumor, da agressividade do câncer e qual estágio que a doença foi descoberta", afirma.
Segundo ele, tumores mesmo excessivos, mas detectados em fases iniciais, costumam ter altas chances de cura. "O quadro relatado pela princesa de Gales não é específico, por isso é praticamente impossível identificar qual a origem do tumor", destaca.
O que o tratamento diz sobre a doença
No entanto, a quimioterapia pode ser uma forma de complementar e diminuir o risco de uma recidiva (volta) da doença. Isso costuma ocorrer em tumores particulares, como na bexiga, estômago ou intestino, por exemplo, aponta o médico.
"Dessa forma, entende-se que, como houve a necessidade de complementação, trata-se provavelmente de um tumor com agressividade um pouco mais acentuada", analisa o uro-oncologista.
Além disso, Bruno explica que a quimioterapia adjuvante significa que o tumor foi visivelmente removido do organismo da paciente, e já não existem mais focos da doença identificáveis por exames de imagem.
"Mas tumores mais agressivos tem a capacidade de ficarem resistentes em forma de células ocultas que não podem aparecem nos exames de imagem. Por isso, em alguns casos pode ser feito o tratamento chamado adjuvância. Nesses casos, uma droga, quimioterapia ou mesmo imunoterapia ajuda a diminuir as chances de um retorno da doença", reforça.
Isto é, não é que a quimioterapia previne o surgimento de um novo câncer, mas sim torna o aparecimento de novos focos da doença mais difíceis. "O significado disso é que o tumor identificado possuía certamente características de agressividade um pouco mais intensas do que quadros detectados muito no início", aponta o Dr. Bruno Benigno.
É impossível saber o quadro de Kate Middleton
Contudo, o fato da princesa revelar uma cirurgia no abdômen não indica a localização, quanto menos exata, da neoplasia. Além disso, ela também não deu detalhes sobre o prognóstico da doença, reforça o médico uro-oncologista.
"O abdômen é uma região do corpo, e não um órgão. Dessa forma, os cânceres são estudados e individualizados de acordo com seu órgão de origem, agressividade da doença e o estágio em que foi descoberto", enfatiza.
Os tratamentos, segundo o médico, variam para cada tipo de doença e para cada estágio de apresentação da enfermidade. "Portanto, a informação principal seria identificar qual o órgão de origem do câncer e qual a estratégia de tratamento complementar que a paciente está sendo submetida", conclui o especialista.