Os latinos gozam de melhor saúde do que a maioria dos brancos nos Estados Unidos, apesar de pertencerem a níveis sócio-econômicos mais baixos e de serem mais propensos a morrer de diabetes e cirrose - informaram as autoridades de saúde norte-americanas nesta terça-feira.
Os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) concluíram em um relatório, o primeiro a nível nacional sobre os riscos para a saúde da maior minoria do país, que "os hispânicos têm um estado de saúde melhor do que os brancos na maioria dos fatores discutidos, apesar de enfrentarem condições sócio-econômicas piores".
Principal minoria do país, com 17% da população, os hispânicos têm uma taxa de mortalidade global 24% menor do que os brancos não hispânicos e estão abaixo em quase todas as principais causas de morte.
De acordo com o CDC, a baixa taxa de tabagismo entre os hispânicos é a principal razão para o "paradoxo latino-americano": os latinos desfrutam de uma maior expectativa de vida (dois anos mais), apesar de serem duas vezes mais propensos a viver abaixo da linha de pobreza e três vezes mais propensos a não terem plano de saúde do que os brancos.
"O fato de fumarem menos aumenta as chances de viverem mais tempo", disse Tom Frieden, diretor do CDC, em uma conferência telefônica.
Mas o estudo também destaca a chegada de imigrantes saudáveis e o regresso aos países de origem dos doentes ou idosos, bem como um maior nível de apoio familiar para explicar a vantagem de latinos.
Além disso, os hispânicos, que compõem 50 milhões ou 17% da população dos Estados Unidos, são em média 15 anos mais jovens que os brancos, fazendo com que a intervenção médica tenha um impacto maior sobre a população na prevenção de doenças crônicas.
Assim como entre os brancos, o câncer e as doenças cardíacas são as principais causas de morte para os latinos nos Estados Unidos, de acordo com o estudo.
"Quatro em cada 10 hispânicos morrem de doenças cardíacas ou câncer", explicou Frieden.
Apesar disso, seus números estão abaixo da média dos de pessoas brancas: -28% em câncer e -25% em doenças cardíacas.
No entanto, as autoridades de saúde dos Estados Unidos ressaltaram que existem "bandeiras vermelhas" em outras condições, tais como cirrose, diabetes e obesidade que se manifestam "desproporcionalmente" na população latina, segundo Frieden.
Hispânicos têm um risco maior de morrer de diabetes (+ 51%), cirrose hepática crônica e problemas do fígado (48%), ou homicídios (96%), e mostraram maior tendência a sofrerem de obesidade (+ 23%) do que os brancos.