Linfoma de Hodgkin: como se manifesta o câncer diagnosticado em Luana, atleta da seleção brasileira de futebol

Atleta de 30 anos teve o diagnóstico confirmado após exames e passará por quimioterapia

29 abr 2024 - 18h03
(atualizado em 30/4/2024 às 17h59)
Luana Bertolucci atua como meio-campista na seleção brasileira e no time americano Orlando Pride
Luana Bertolucci atua como meio-campista na seleção brasileira e no time americano Orlando Pride
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Luana Bertolucci, atleta da seleção feminina de futebol brasileira, compartilhou que está em tratamento contra um linfoma de Hodgkin, um câncer que ataca o sistema linfático.

A jogadora de 30 anos afirmou que recebeu o diagnóstico a partir de exames detalhados e que irá passar por sessões de quimioterapia em breve.

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"Como atleta profissional já passei por muitos desafios dentro e fora de campo. Sempre enfrentei tudo com coragem e determinação e dessa vez não será diferente", escreveu em seu Instagram.

A jogadora havia sido convocada pelo técnico Arthur Elias para participar do torneio internacional She Believes, mas precisou se retirar da equipe.

O que é o Linfoma de Hodgkin, doença de jogadora da seleção? O que é o Linfoma de Hodgkin, doença de jogadora da seleção?

O que é o linfoma de Hodgkin

O linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer que começa no sistema linfático, um sistema de defesa do corpo humano.

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O linfoma de Hodgkin se desenvolve quando uma célula de defesa do corpo, chamada linfócito, se transforma em uma célula maligna, que se multiplica.

"De forma geral, esses linfomas costumam ser mais localizados, mas o estágio pode variar entre muito localizado a bem disseminado, e isso tem um impacto importante no prognóstico e no tratamento do paciente", descreve Renato Sampaio Tavares, coordenador do comitê de doenças mieloproliferativas crônicas da ABHH (Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celularn).

De acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer), este tipo de câncer se espalha de forma ordenada, de um grupo de glândulas linfáticas para outro, através de vasos linfáticos, que atuam como 'estradas' para as células cancerosas se movimentarem pelo corpo.

Geralmente, o linfoma de Hodgkin é encontrado na região do pescoço ou na parte central do peito, entre os pulmões.

Ele pode acontecer em qualquer idade, mas é mais comum em adultos jovens (15 a 29 anos), adultos (30 a 39 anos) e idosos (75 anos ou mais).

A ciência desconhece o que leva ao surgimento da doença, mas sabe-se que indivíduos com sistema imunológico enfraquecido, seja por doenças genéticas hereditárias, infecção pelo HIV ou uso de drogas imunossupressoras, apresentam um risco ligeiramente maior de desenvolver a doença, assim como aqueles pertencentes a famílias onde um ou mais membros foram diagnosticados com ela.

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Como a doença se manifesta

Os sintomas mais comuns do linfoma de Hodgkin são relacionados ao aumento de tamanho dos gânglios linfáticos (ínguas) na região do pescoço e no interior do tórax (mediastino) sem uma causa aparente.

"São gânglios indolores e com consistência de 'borracha'. Alguns casos os gânglios aumentados pode ser na região das axilas, abdômen ou virilha", explica Jacques Tabacof, Líder de Especialidade Linfomas da Oncoclínicas.

Em fases avançadas pode ocorrer febre vespertina, suores à noite e emagrecimento.

"Outro sinal importante é a febre. Ela geralmente aparece no fim do dia, não muito alta, e normalmente não se consegue identificar uma infecção como responsável", descreve Tavares.

O diagnóstico sempre é feito através de uma biópsia da região afetada para confirmação do diagnóstico e subtipo de linfoma de Hodgkin.

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A biópsia, explica o especialista da Oncoclínicas, pode ser feita com uma pequena cirurgia ou por agulha, com a retirada de uma pequena parte ou de todo o linfonodo, e seu exame patológico.

O diagnóstico precoce é fundamental para alcançar o êxito no tratamento.

Tratamento para linfoma de Hodgkin

A doença apresenta subtipos específicos, com características clínicas diferentes entre si e prognósticos variáveis, por isso, o tratamento não segue um padrão, mas usualmente consiste em quimioterapia com múltiplas drogas (poliquimioterapia) radioterapia ou a combinação de ambas as modalidades.

"Com o tratamento inicial, a maioria dos pacientes são curados. Quando há, contudo, recidiva ou a resposta ao tratamento não é positiva, ainda buscamos a cura com outras quimioterapias, imunoterapia, transplante de medula óssea e radioterapia", afirma Tabacof.

Embora o tratamento quimioterápico seja eficaz para este tipo de câncer, podem ocorrer efeitos adversos. Na maioria das vezes, eles são "manejáveis", ou seja, podem ser contornados com tratamentos e outras abordagens.

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O mais importante é manter o médico informado sobre qualquer dúvida ou mal-estar.

As reações mais comuns incluem fraqueza, fadiga, diarreia, constipação, perda de peso, feridas na boca, queda de cabelo e pelos do corpo, febre, infertilidade, hematomas, enjoo, vômitos e tontura.

De acordo com Tabacof, apenas casos raros mais resistentes e recorrentes precisam de cuidados paliativos.

No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do triênio 2023-2025 sejam diagnosticados 3.080 casos de linfoma de Hogdkin.

Apesar de não haver prevenção por desconhecimento do que leva ao surgimento da neoplasia, o diagnóstico precoce é fundamental para alcançar o êxito no tratamento

As taxas de cura atualmente ficam entre 70% e 80% dos casos.

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