Uma empresária de 29 anos teve um braço, mão e ambas as pernas amputadas ao contrair uma grave infecção generalizada após dar à luz gêmeos na Inglaterra. Em um desabafo para conscientizar outras mães, Khedidja Teape contou que o sonho em ter os filhos se tornou um verdadeiro 'pesadelo' após o diagnóstico de sepse pós-parto.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
"Se eu não tivesse chamado a ambulância no momento em que o fiz, os médicos disseram que eu podia ter morrido enquanto dormia. As pessoas precisar estar atentas ao quanto a sepse é perigosa se elas não agirem depressa", disse a mulher, que vive em Londres, ao tablóide The Sun.
O caso aconteceu em 2023, quando Khedidja e seu parceiro Shawn Ayton, 32, aguardavam o nascimento dos filhos gêmeos. O casal, pai de dois filhos, conta que se surpreendeu com a gravidez, mas se disse 'ansioso' para aumentar a família.
A gravidez não teve qualquer tipo de intercorrência, explicou Khedidja, e aos cinco meses, o casal soube que esperava um casal. O nascimento, por meio de parto normal, aconteceu em abril do ano passado ao longo de alguns dias no hospital Saint George, em Londres.
A família, então, recebeu alta médica no dia seguinte ao parto. Khedidja disse ter ficado exausta após chegar em casa, mas nada diferente do esperado. No entanto, um dia depois, a mãe passou a ter fortes dores no estômago enquanto amamentava os recém-nascidos.
As dores evoluíram para fortes enjoos, diarréia e dores por todo o corpo. "Uma semana depois de dar à luz, achei que fosse morrer", contou a mãe, que ressaltou: "Apesar dar cuidadoras acharem que eu estava bem, meu instinto foi de chamar a ambulância".
Diagnóstico de sepse
Ao chegar no hospital, Khedidja relembra que foi internada com a pressão sanguínea em queda, batimentos cardíacos elevados e que chegou a desmaiar. Levada à uma unidade de terapia intensiva (UTI), os médicos constataram que a mulher pudesse ter uma inflamação nas lesões provocadas pelo parto.
"Tudo aconteceu muito rápido, os médicos disseram que eu tinha um abcesso no meu útero e que precisaria passar por cirurgia para que eles drenassem. Meus membros e nariz já estavam pretos", disse a mulher que, ao retomar a consciência, foi informada pelo parceiro que a infecção tinha evoluído para a sepse.
A mulher chegou a passar um mês hospitalizada e relatou ter sofrido com alucinações. Foi quando os médicos informaram que ela precisaria passar pela amputação dos membros.
"Implorei para que eles não o fizessem, mas disseram que não tinha nada que pudessem fazer para evitar, a pele já estava morta. Por alguns meses, fui ao centro de reabilitação e encontrei outros amputados, que me disseram que a vida não ia parar. Isso me deixou mais otimista", disse a mãe.
Khedidja teve as duas pernas amputadas na altura do joelho, o braço esquerdo na região do cotovelo e a mão direita amputados após a sepse. Ela ficou internada até outubro, quando foi transferida para um centro de reabilitação. A britânica recebeu proteses já no fim de dezembro.
Agora, a mãe conta que já consegue andar sozinha e que adquire a própria autonomia aos poucos. Quanto aos filhos, que completaram um ano em abril passado, Khedidja conta que já consegue carregá-los e aproveita a infância das crianças.
"Minha vida pode ter virado de cabeça para baixo, mas pelo menos meus bebês e meus filhos mais velhos ainda têm sua mãe. Quero gerar essa conscientização sobre os riscos da sepse, ela destruiu meu corpo e quase me matou. Se você tiver qualquer sintoma parecido, chame a emergência imediatamente", finalizou.