Mais de 55 milhões de brasileiros fazem trabalho voluntário

Ajudar o próximo e a solidariedade são sentimentos que movem o voluntariado

27 jan 2025 - 04h22

Dados da última Pesquisa de Voluntariado no Brasil feita pelo Desenvolvendo o Investimento Social (Idis) e o Datafolha, realizada em 2021, mostrou que mais de 55 milhões de brasileiros fazem trabalho voluntário. O estudo é feito a cada 10 anos e indica uma crescente evolução se comparados aos números das duas últimas edições: em 2011 (25%) e em 2001 (18%). Além disso, são pelo menos 18 horas por mês dedicadas ao voluntariado (três vezes mais do que há uma década). Outra informação é que 56% da população adulta diz fazer ou já ter feito alguma atividade voluntária na vida. No auge da pandemia de Covid-19, por exemplo, e com os indivíduos em isolamento social, 47% dos entrevistados comentaram praticar mais o voluntariado, tendo a distribuição de recursos (61%) como algo mais comum. Ainda neste período, 21% passaram a fazer atividades voluntárias on-line — apoio psicológico e trabalhos voltados à educação.

Ano passado, durante as fortes chuvas que assolaram o Rio Grande do Sul, várias personalidades famosas viajaram até o estado para realizar trabalhos voluntários com as vítimas das enchentes. As médicas e ex-BBBs Thelma Assis, Marcela Mc Gowan e Amanda Meirelles trabalharam voluntariamente no Hospital Nossa Senhora das Graças, na cidade de Canoas. Já o surfista Pedro Scooby auxiliou no resgate de pessoas e animais.

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A médica Ana Claudia Quintana Arantes (CRM-SP 76.851), especialista em geriatria com formação avançada em Cuidados Paliativos e pós-graduada em Psicologia — Intervenções em Luto, reflete que, quando milhares de pessoas doam seu tempo para ajudar outros indivíduos, percebe-se uma beleza no mundo em que, muitas vezes, esquecemos de olhar com mais atenção. Para ela, decidir o que fazer com o tempo deve ser uma escolha sábia. "Não é sobre lição de moral, mas tem muita gente deixando de assistir a um filme, ler um livro para colocar as mãos e o coração no que acredita, sem receber nada por isso", observa.

Foto: Mais Novela

Segundo a especialista, o que se ganha com o voluntariado não dá para guardar no banco, pois são experiências, vivências, conexões e oportunidade de entrar em contato com outras realidades. Como ressalta a médica, se o voluntário encontrar algo que o toque e se dedicar a isso, talvez seja o momento em que ele abraçou o seu propósito de vida. "Quem ainda não achou uma oportunidade de voluntariado, fica o meu conselho: basta olhar para os lados e ficar mais atento às dores do mundo. Há muito o que fazer pela dignidade dos seres humanos e dos animais", finaliza.

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