Esses pacientes não pertencem ao grupo que já iniciou outro teste com o medicamento no mês passado. Em 15 de abril, Pontes informou que um estudo brasileiro da nitazoxanida indicou eficácia de 94% da droga contra células infectadas com o novo coronavírus. Na ocasião, Pontes anunciou também que 500 pacientes internados receberiam o medicamento em caráter experimental. "No máximo na metade de maio teremos uma solução de tratamento. Um remédio sem efeitos colaterais, (com estudo) desenvolvido pela pesquisa brasileira com todo o rigor científico", afirmou à época. Mais de um mês após a declaração de Pontes, não há perspectiva de conclusão.
"Agora vamos fazer uma fase dos testes com tratamento precoce, ou seja, a pessoa testou positivo ela já vai poder entrar nos testes clínicos", disse hoje o ministro. O novo ensaio clínico deve começar semana, segundo o secretário de Políticas para Formação e Ações da pasta, Marcelo Morales."Quando nós tivermos isso (resultados experimentais) a gente vai ter um remédio que a gente pode utilizar para tratar a covid no estágio inicial, o que certamente evita que as pessoas progridam no agravamento da doença e evita a superlotação de hospitais", declarou.
Promessa
O uso experimental da nitazoxanida é feito desde abril em 17 hospitais, de acordo com o ministério. Os testes clínicos em andamento contam com investimento de R$ 5 milhões dos R$ 352,8 milhões recebidos como crédito extraordinário pela pasta para uso no combate à pandemia. Pontes explicou que os pacientes que fazem parte do ensaio clínico recebem o "tratamento normal" da doença que inclui a prescrição de antitérmicos, antibióticos e anticoagulantes, além da nitazoxanida.
Essa primeira etapa de testes continuará em andamento paralelo ao novo protocolo anunciado hoje. Segundo o ministro, a "demora" na conclusão da primeira leva dos testes se deve ao tempo requerido para os pacientes adentrarem nos ensaio clínicos, que depende de sintomas padrão pré-requisitos para participação do experimento. O secretário de Políticas para Formação e Ações explicou que o protocolo em andamento prescreve a droga para pacientes com pneumonia que apresentem tosse e febre.
"Nesse segundo protocolo a ideia é que não precise nenhum desses sintomas (de pré-requisito), é só o resultado positivo e já pode entrar no teste, o que vai acelerar bastante (o estudo)", disse Pontes. O ministro ressaltou ainda que o protocolo do estudo já iniciado não permite a divulgação de resultados parciais e também não tem previsão de conclusão, pois depende da seleção de pacientes aptos.
Cloroquina
Entretanto, para o tratamento de casos iniciais da doença a aposta do presidente Jair Bolsonaro é outra. O chefe do Executivo quer editar uma nova recomendação para o uso da cloroquina para casos leves da doença. Atualmente, a droga é recomendada para os casos mais graves. A ampliação da indicação de uso do medicamento foi uma das divergências que levou a saída de Nelson Teich do Ministério da Saúde na semana passada.