Médico brasileiro comanda primeiro transplante de rim de porco para humano em cirurgia nos EUA

Procedimento representa um marco importante na busca de fornecer órgãos mais prontamente disponíveis aos pacientes

21 mar 2024 - 13h48
(atualizado às 14h17)
Resumo
Um homem de 62 anos foi o primeiro a receber um rim de porco geneticamente modificado, em uma cirurgia de 4 horas realizada no Masschusetts General Hospital por um médico brasileiro. O paciente está se recuperando bem e será liberado em breve.
Brasileiro comandou a primeira cirurgia de transplante de um rim de porco em uma pessoa viva
Brasileiro comandou a primeira cirurgia de transplante de um rim de porco em uma pessoa viva
Foto: Divulgação/Massachussets General Hospital

Um homem de 62 anos com doença renal em estágio terminal tornou-se o primeiro ser humano a receber um novo rim de um porco geneticamente modificado, anunciaram médicos do Massachusetts General Hospital, em Boston, nesta quinta-feira (21).

A cirurgia de quatro horas, realizada em 16 de março, foi comandada pelo médico brasileiro Leonardo Riella, que também é professor associado de medicina e cirurgia na Harvard Medical School, e "representa um marco importante na busca de fornecer órgãos mais prontamente disponíveis aos pacientes", disse o hospital em um comunicado.

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Médico brasileiro Leonardo Riella
Foto: Reprodução/Massachusetts General Hospital / Perfil Brasil

O paciente, Richard Slayman, de Weymouth, Massachusetts, está se recuperando bem e deve receber alta em breve, informou o hospital.

Slayman havia recebido um transplante de rim humano no mesmo hospital em 2018, após sete anos de diálise, mas o órgão falhou após cinco anos e ele retomou os tratamentos de diálise.

O rim foi fornecido pela eGenesis de Cambridge, Massachusetts, a partir de um porco que havia sido geneticamente modificado para remover genes que poderiam ser prejudiciais a um receptor humano e adicionar certos genes humanos para melhorar a compatibilidade. Além disso, a empresa inativou determinados vírus inerentes aos porcos que têm o potencial de infectar seres humanos.

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Os rins de porcos criados pela eGenesis e modificados de forma semelhante foram transplantados com sucesso em macacos que foram mantidos vivos por uma média de 176 dias e, em um caso, por mais de dois anos, informaram os pesquisadores em outubro na revista Nature.

Os medicamentos usados para ajudar a evitar a rejeição do órgão do porco pelo sistema imunológico do paciente incluíram uma terapia experimental com anticorpos chamada tegoprubart, desenvolvida pela Eledon Pharmaceuticals.

O procedimento do rim de porco aproxima o campo do xenotransplante -- o transplante de órgãos ou tecidos de uma espécie para outra -- de se tornar uma possível solução para a escassez mundial de órgãos.

De acordo com a Rede Unida para Compartilhamento de Órgãos, mais de 100.000 pessoas nos EUA aguardam um órgão para transplante, sendo que os rins são os mais procurados.

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