O servidor público José Eduardo Panini, médico infectologista, disse ter sido agredido depois de tentar alertar pessoas conhecidas sobre os riscos de contágio do coronavírus. Pelo Instagram, ele postou que recebeu chutes e socos na última sexta-feira, 26.
Na imagem, o médico aparece com o rosto machucado. As agressões aconteceram em Toledo, no Paraná, no mesmo dia em que o governo do Estado informou a retomada da chamada quarentena restritiva. O documento elaborado pela Casa Civil prevê, entre outras ações, a suspensão do funcionamento dos serviços e atividades considerados não essenciais em todo o Estado e a ampliação na restrição de circulação das pessoas, que passa a vigorar entre 20 horas e 5 horas.
Segundo a publicação, o médico tentou informar as pessoas sobre essas novas medidas e foi agredido. Ele postou o seguinte: "Na sexta-feira, após horas de reunião pra determinar o que seria ou não fechado, baseado num Decreto do Estado do Paraná. Já deixo claro, que baseado nos números não há mais nada a que fazer, senão as coisas só piorarão. Ao alertar os riscos a pessoas conhecidas, a resposta que me foi dada foram chutes e socos, enquanto um me segurava o outro me agredia. Enfim pessoas assim que ajudaram situação chegar onde está! O desânimo não vem! E junto com eles temos muita coisa boa, progresso, vacinas e tudo que vai fazer sairmos dessa pandemia! E aos trabalhadores da saúde muita força!"
Panini é médico formado pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) e infectologista com residência médica no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP.
Por meio de nota, a prefeitura de Toledo lamentou o ocorrido. "O Município de Toledo vem repudiar as agressões sofridas pelo servidor público, médico epidemiologista José Eduardo Mainart Panini. Entendemos que toda a agressão é injustificável e inaceitável. Desejando ao Dr. Panini pronta e completa recuperação. Informações preliminares dão conta de que o fato reprovável se deu fora do ambiente e horário de trabalho, portanto, não tendo relação direta com o exercício profissional. Ainda assim, o Município de Toledo se coloca à disposição do profissional para todo o suporte que for necessário."
O Estadão tentou contato com a vítima e com a polícia, mas não obteve resposta.