Médicos retiram parte do crânio de jovem para 'lavar' seu cérebro; como isso é possível?

Riscos do procedimento são menores do que os de continuação da infecção, explica neurocirurgião

29 jan 2024 - 16h59
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Após sofrer uma lesão cerebral em outubro de 2019 ao andar de skate, Brandon Alexander, morador de Manhattan, Nova York (EUA), passou por várias cirurgias e chegou a ter o crânio removido porque seu cérebro precisava ser lavado após contrair uma infecção. Desde então, ele usa as redes sociais para contar sua história.

Brandon não se recorda do incidente, mas conta em vídeos no Instagram e TikTok (@goforbrandon) que acordou no hospital três dias depois do acidente passando por cinco cirurgias cerebrais e de reconstrução facial.

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No ano seguinte, após uma nova operação, ele começou a sentir uma piora no quadro clínico e foi diagnosticado com uma infecção pós-cirúrgica. Foi aí que os médicos tomaram a decisão de remover o crânio de Brandon para realizar uma lavagem no cérebro.

Como isso é possível?

O neurocirurgião Renato Andrade Chaves explica ao Terra que, apesar de causar estranhamento, a prática de retirar parte do crânio para lavar o cérebro é considerada uma abordagem padrão na comunidade médica, uma vez que não exista uma melhora substancial no quadro do paciente somente com o uso dos antibióticos.

O procedimento de uma “lavagem cerebral” é geralmente considerado em caso de abscesso ou empiema cerebral e visa diminuir as bactérias e infecções do tecido. 

Os tratamentos para infecções cerebrais, no entanto, ainda envolvem uma abordagem diversificada e esta é apenas considerada em casos graves e específicos. 

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“Existem pesquisas e desenvolvimentos contínuos que visam melhorar as opções de tratamento e reduzir a necessidade de intervenções cirúrgicas invasivas”, garante o especialista.

O profissional ainda detalha que os riscos associados à remoção parcial do crânio são substanciais e incluem complicações como infecções, sangramento, danos a estruturas cerebrais adjacentes e problemas relacionados à anestesia. Porém, estes riscos são menores do que os riscos de continuação da infecção.

Brandon sobreviveu à cirurgia e recebeu 89 grampos na cabeça. Ele ainda contou que parte do seu crânio foi substituído por uma malha de titânio para que o cérebro fique protegido até a próxima cirurgia, prevista para abril deste ano. 

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Fonte: Redação Terra Você
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