Uma publicação na web mostrou a reação emocionante de Brayan ao ganhar óculos depois de ser diagnosticado com albinismo ocular. De acordo com oftalmologista, nem todas as pessoas com albinismo têm o problema ocular.
A reação de Brayan ao ganhar um óculos emocionou a web nesta semana. O momento publicado pela página Razões Para Acreditar mostra quando o pequeno consegue enxergar melhor o pai e os irmãos.
Em depoimento para a página, a mãe de Brayan, Maristela Vaz, conta que o filho foi diagnosticado com retina albina e por causa disso não enxergava direito.
Nem todo albino tem falhas na vista
Em entrevista ao Terra Você, a oftalmologista do CBV-Hospital de Olhos, Nubia Vanessa, e o oftalmologista Tiago César Pereira Ferreira, explicaram a condição que levou Brayan a ver o mundo com dificuldade.
Os especialistas contam que o albinismo ocular é uma condição genética caracterizada pela redução ou ausência de pigmentação na íris e na retina. Esta falta de pigmento resulta em várias anormalidades na visão devido ao desenvolvimento inadequado dos nervos ópticos e outras estruturas oculares.
De acordo com Nubia Vanessa, nem todas as pessoas com albinismo têm albinismo ocular. Porém, pessoas com albinismo oculocutâneo, que afeta pele, cabelo e olhos, também apresentam sintomas oculares. Em contrapartida, alguém pode ter albinismo ocular isoladamente, sem alterações na pele e cabelo.
Alguns dos sintomas do albinismo ocular incluem:
- Baixa acuidade visual;
- Fotofobia (sensibilidade à luz);
- Nistagmo (movimentos involuntários dos olhos);
- Estrabismo (alinhamento incorreto dos olhos);
- Hipopigmentação da íris (cor muito clara que pode parecer translúcida).
Thiago César Pereira explica que o diagnóstico do albinismo ocular é feito por meio de uma combinação de exames clínicos e genéticos, como por exemplo:
- Exame oftalmológico completo, com avaliação da acuidade visual;
- Exame com lâmpada de fenda;
- Exame de fundo de olho para observar a retina;
- Eletrorretinograma, para avaliar a função das células da retina;
- Exame de nistagmo, que observa os movimentos involuntários dos olhos;
- Teste genético, para a identificação de mutações nos genes associados ao albinismo ocular.
O médico reforça que não há cura para o albinismo ocular, mas existem várias opções de tratamento para manejar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Óculos e lentes de contato para ajudar na correção de erros refrativos, uso de lentes escuras para reduzir a fotofobia, exercícios oculares ou cirurgia para corrigir o desalinhamento dos olhos são algumas das opções.
A oftalmologista Nubia Vanessa conta que o prognóstico para pessoas com albinismo ocular varia, mas muitos conseguem levar vidas normais e ativas com o manejo adequado dos sintomas.
“A visão geralmente não se deteriora com o tempo devido à condição, embora permaneça limitada. Com suporte adequado, a maioria das pessoas com albinismo ocular pode alcançar um bom nível de independência e qualidade de vida”, afirma a especialista.