Ministro da Ciência diz concordar com vacinação obrigatória

Marcos Pontes se mostrou favorável ao tema em caso de produto testado e comprovado; declaração é contrário ao que vem manifestando o presidente Jair Bolsonaro

22 out 2020 - 01h02
(atualizado às 07h18)

Na contramão do discurso do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, disse nesta quarta-feira, 21, concordar com a obrigatoriedade de vacinação em casos "testados e comprovados".

Ministro Marcos Pontes informa que testou positivo para covid-19
Ministro Marcos Pontes informa que testou positivo para covid-19
Foto: Wallace Martins / Futura Press

"Se você tem alguma coisa que é testada, comprovada, passou por todos os testes etc., mais ou menos isso é algo que temos com a BCG que é obrigatória, acho que é obrigatória. Aí, tudo bem", disse o ministro pouco depois de participar com Bolsonaro do evento de início das pesquisas científicas na linha de luz Manacá do acelerador de partículas Sirius, em Campinas.

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Pontes, no entanto, disse que as pessoas têm o direito de escolher se querem tomar a vacina no caso de medicamentos sobre os quais ainda paire alguma dúvida. "Obrigar uma pessoa a ser testada para alguma coisa é diferente", pontuou o ministro.

No início da semana, Bolsonaro disse que a vacinação contra o novo coronavírus, quando estiver disponível, não será obrigatória. O assunto tomou conta das redes sociais e do debate eleitoral em diversas cidades.

Pontes também comentou, no evento desta quarta-feira, o fato de o ministério ter usado um gráfico da internet para justificar sua posição favorável ao uso do vermífugo nitazoxanida na prevenção da covid-19. Segundo ele, o material tinha o objetivo apenas de mostrar a tendência apontada em pesquisas ainda não divulgadas.

"Agora, a gente tem que salvar vidas. Se esperasse um mês não conseguiria dormir. O que desinforma é esse tipo de notícia (sobre o uso do gráfico falso)", disse o ministro. Segundo ele, o governo mantém 15 protocolos com laboratórios brasileiros para pesquisas em relação ao coronavírus, entre eles o Instituto Butantã.

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